Cinco associações de produtores de algodão
agroecológico da região Nordeste foram credenciadas pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento -
Mapa para utilizar o Selo do Sistema Brasileiro de Conformidade
Orgânica em seus produtos de origem vegetal. O selo (ao lado) tem
por objetivo ajudar o consumidor a identificar os produtos
orgânicos que estão de acordo com as normas
técnicas da produção orgânica.
O credenciamento mais recente foi da Associação
Agroecológica do Pajeú – ASAP/PE, na última
segunda-feira, 17. Também foram credenciadas como Organismos
Participativos de Avaliação da Conformidade
Orgânica (OPAC’s), no final do ano passado, a
Associação dos Produtores Agroecológicos do
Semiárido Piauiense – Apaspi/PI, a
Associação dos Agricultores e Agricultoras
Agroecológicos do Araripe/PE Ecoararipe, a
Associação Agroecológica de
Certificação Participativa dos Inhamuns Crateús
– Acepi/CE e a Associação de
Certificação Participação
Agroecológica do Sertão Central do Ceará –
Acep/CE.
Todas essas associações fazem parte do projeto
Algodão em consórcios agroecológicos, coordenado
pelo Projeto Dom Helder Câmara, Secretaria de Desenvolvimento
Territorial, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Fundo
do Desenvolvimento Global, Fundo Internacional de Desenvolvimento
Agrícola, em parceria com a Embrapa Algodão e o Centro de
Pesquisa e Assessoria Esplar.
Estes são os primeiros OPAC’S credenciados pelo Mapa na
região e envolvem cerca de três mil produtores.
Atualmente, existem 12 OPAC’s no Brasil, sendo uma no Sul, quatro
no Sudeste, duas no Centro-Oeste e cinco no Nordeste.
O coordenador do Projeto Dom Helder Câmara, Fábio
Santiago, avalia que a conquista do selo será referência
para todo o Semiárido. “Acreditamos que o
fortalecimento dos OPAC’S é uma estratégia
fundamental para colocar os agricultores na linha de frente na
gestão da organização da produção e
acesso a mercados, com a assessoria técnica desempenhando seu
papel de apoiadora e facilitadora”, afirma.
Organismos Participativos de Avaliação da Conformidade Orgânica
Os OPAC’s fazem parte dos Sistemas Participativos de Garantia,
que visam regulamentar a certificação dos produtos da
agricultura orgânica, por meio do controle social e da
responsabilidade solidária, de acordo com as diferentes
realidades regionais.
O pesquisador da Embrapa Algodão e um dos coordenadores do
projeto Algodão em consórcios agroecológicos,
Fábio Aquino de Albuquerque, explica que por meio desse sistema,
o agricultor não precisa contratar uma empresa certificadora.
“O custo da certificação orgânica por uma
empresa privada no sistema convencional é muito alto e torna-se
inviável para os pequenos produtores”, afirma.
Segundo ele, o sistema participativo de garantia proporciona maior
autonomia para os agricultores familiares, que passam a acompanhar todo
o processo produtivo, com possibilidade de obter preços melhores
na comercialização dos produtos certificados.
Com a criação do OPAC a certificação
é acompanhada por comissões de agricultores, que
serão responsáveis pela inspeção nas
áreas de outros agricultores integrantes do OPAC. Após a
inspeção, o OPAC pode autorizar os produtores cadastrados
a utilizar o Selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da
Conformidade Orgânica.
Encontro Interterritorial sobre Certificação Orgânica
Para fortalecer a autonomia e gestão da agricultura familiar no
âmbito do projeto Algodão em Consórcios
Agroecológicos, através dos Organismos Participativos de
Avaliação da Conformidade Orgânica (OPAC) acontece
nesta semana o quinto Encontro Interterritorial sobre
Certificação Orgânica, em Ouricuri, Pernambuco. O
encontro reúne todos os OPAC’s credenciados pelo Mapa, no
período de 18 a 21 de fevereiro.
Serão discutidas questões como: Desafios para
manutenção dos Sistemas Participativos de Garantia,
Prazos e compromissos do credenciamento para a emissão do Selo
Brasileiro Orgânico, Apresentação das empresas
compradores de Algodão Agroecológico - Perspectivas para
2014, entre outras.
Edna Santos - MTB-CE 01700
Embrapa Algodão
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