Estudos
realizados constatam que a consorciação da
mamoneira BRS
Energia com plantio em linhas alternadas de feijão caupi,
conhecido como feijão de corda, representa uma medida
tecnológica para incrementar o rendimento e
eficiência
biológica do cultivo traduzindo-se em vantagem
monetária
do sistema. O trabalho de doutorado foi realizado pelo
pesquisador da Embrapa Algodão, Tarcísio Marcos
Gondim,
sob orientação do Prof. Dr. Napoleão
Esberard de
Macedo Beltrão.
A precocidade da mamoneira BRS Energia, que tem o ciclo de 120 a 150
dias, de porte baixo a médio, constitui importante vantagem
para
o cultivo da oleaginosa na região semiárida e,
quando
consorciada pode maximizar a produtividade da mamoneira em anos de
precipitação normal e minimizar o risco de perdas
durante
os anos de seca. O melhor aproveitamento dos recursos naturais,
controle de erosão e a diversificação
de produtos
agrícolas também são considerados
vantagens da
consorciação com a oleaginosa. As novas
cultivares de
frutos indeiscentes (não se abrem espontaneamente) demandam
da
pesquisa os arranjos de plantio e as práticas de manejo que
facilitem e acelerem as atividades do cultivo e da colheita da
mamoneira, tal como o incremento da produtividade e a
redução de custos em prol da viabilidade
econômica.
Na região nordeste do Brasil a mamoneira é
cultivada, em
sua quase totalidade, consorciada com o feijão caupi, o
feijão comum, o milho ou o amendoim. Praticada em pequenas
áreas, se utilizam cultivares de ciclo produtivo em torno de
250
dias e porte médio a alto, que demandam largos
espaçamentos entre linhas. Com características
diferenciadas, a BRS Energia torna-se uma excelente alternativa de
cultivo. O pesquisador Gondim afirma que no arranjo espacial dessa
mamoneira (1,5 m x 1,0 m)
com fileira de
feijão caupi BRS Marataoã atinge-se o rendimento
de
1.370 kg p/ha de bagas e 376 kg /ha
de grãos
de feijão caupi. Nessa condição, o uso
de
eficiência da terra, UET de 1,41 e a vantagem
monetária de R$560,00 por ha
a cada ciclo de cultivo garantem a eficiência
biológica do
consórcio entre as culturas e viabilidade
econômica para o
produtor.
No Brasil a mamoneira se destaca como oleaginosa fundamental do
semiárido, região em que é cultivada
por pequenos
produtores. A planta é tolerante à seca e o
óleo,
principal produto econômico da cultura se apresenta com alta
viscosidade e é utilizado em mais de 700 produtos da
indústria farmacêutica e química,
incluindo
remédios, cosméticos,
lubrificação, tintas,
nylon e combustível.
Com o Programa Nacional de Produção e Uso do
Biodiesel
(PNPB), há perspectiva da aplicação de
óleo
de mamona para fins energéticos. Deve-se, portanto cuidar
para
que incentivos para expansão da cultura em programa de
energia
ambientalmente sustentável sejam bem fundamentados para
não desequilibrar o mercado mundial, relativamente
estável, de óleo de rícino e seus
derivados. A sua
demanda mundial é suprida pela
produção de
aproximadamente 1,5 milhão de toneladas produzidas
na
Índia (75%), China (12%) e Brasil (6%).
Colaboração - Jany Cardoso (MTB-DF 08337) e
Tarcísio Marcos Gondim
Edna Santos - (MTB-CE 01700 JP)
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