Um projeto da
Rede de Agricultura de Precisão desenvolvido entre a Embrapa
Algodão e a empresa SLC Agrícola, com sede no Rio
Grande
do Sul, e com outras nove propriedades em regiões do Brasil
já apresentou os primeiros resultados do emprego da
técnica na cultura do algodão.
A avaliação foi realizada na safra de
algodão
2010/2011 na fazenda Pamplona, pertencente ao grupo empresarial, em
Goiás, onde são cultivados 10 mil hectares. Os
resultados
foram apresentados durante a segunda convenção da
Rede de
Agricultura de Precisão realizada na Embrapa
Instrumentação, em São Carlos (SP), de
21 a 25 de
novembro.
De acordo com a pesquisadora Ziany Neiva, da Embrapa
Algodão,
foram avaliados vários parâmetros da cultura,
entre eles,
o de espectrorradiometria de campo. Nesta técnica, o
equipamento
é acoplado a um notebook, com saída em fibra
ótica
e avalia como as folhas refletem a luz do sol. Ziany informou que as
avaliações nutricional e de crescimento, que
incluem a
altura da planta e a análise do tecido foliar,
são
utilizadas para recomendação da
adubação,
visando à elevação da produtividade da
cultura.
Ainda nesta área, com base na análise de solo, o
pesquisador da Unidade, José da Cunha Medeiros,
já
programou a realização de outro experimento com a
aplicação de seis doses de fósforo na
área
que apresentou deficiência para
calibração deste
nutriente.
Na visão da pesquisadora a parceria com a empresa privada
foi
fundamental para obtenção dos resultados
empregando a
técnica de agricultura de precisão, sem a qual,
segundo
ela, não seria possível chegar a essa
conclusão.
“A SLC Agrícola disponibilizou 57 hectares de
área
da produção para o experimento da Embrapa.
Além
disso, foi montada uma colheideira de algodão com monitor de
produtividade somente para o projeto”, afirmou Ziany.
Ziany avaliou, com base em dados da Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), que nos últimos 30 anos –
período de 1980
a 2010/2011 - enquanto a área plantada com
algodão no
Brasil foi reduzida de 4 milhões de hectares para 800 mil
hectares, a produção cresceu em
proporções
similares, saindo de 500 para 4.100 quilos por hectare,
graças
ao emprego de novas tecnologias.
A pesquisadora destaca ainda a criação do
laboratório nacional de agricultura de precisão
que
estará pronto em até 11 meses, na cidade de
São
Carlos. “Lá serão desenvolvidos
equipamentos de
tecnologia de ponta, como sensores de solo para umidade,
robôs
para aplicação de insumos e VANTS
(veículos
aéreos não tripulados) para monitoramento de
culturas e
áreas florestas”, adiantou. Segundo ela, muitos
desses
equipamentos já possuem protótipos prontos dentro
da Rede
de Agricultura de Precisão da Embrapa e foram apresentados
durante o evento na semana passada.
Agricultura de
precisão - um novo olhar
Durante convenção da Rede de Agricultura de
Precisão também foi lançado o livro
“Agricultura de precisão - um novo
olhar”, com 60
trabalhos sobre o tema, incluindo dois capítulos sobre a
cultura
do algodão, de autoria dos pesquisadores da Embrapa
Algodão Ziany Neiva, José da Cunha Medeiros,
João
Henrique Zonta Cunha e Gilvan Barbosa Ferreira, além de
Ronei
Sandri Sana, da SLC.
Joana Silva (MTb 19554)
Embrapa Instrumentação
Edna Santos (MTB-CE 01700 JP)
Embrapa Algodão
Contato: (83) 3182.4312
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