O sisal (ou agave) é uma cultura de grande
importância
econômica para a região semiárida, por
se adaptar
bem às limitações de solo e clima. A
atividade
sisaleira gera renda para aproximadamente 700 mil pessoas, nos estados
da Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará
–
responsáveis respectivamente por 95%, 4%, 0,7% e 0,3% da
produção nacional. A
produção anual da
cultura gira em torno de 120 mil toneladas, o que coloca o Brasil em
primeiro lugar no ranking mundial de exportação
do
produto, com 56% de participação.
No entanto, a produção de sisal vem sendo
prejudicada na
última década por uma doença conhecida
como
podridão vermelha do sisal ou podridão do tronco
do
sisal, principal problema fitossanitário da cultura do sisal
no
Brasil. A doença afeta as folhas das plantas, tornando-as
impróprias para o desfibramento ou até levando-as
à morte. O fungo
Aspergillus
niger
é o agente causador da podridão vermelha e pode
ser
transmitido pelo solo, água, vento, ferramentas infectadas,
entre outros meios. A incidência da doença em
regiões de cultivo varia de 5% a 40% das plantas.
Segundo a pesquisadora da Embrapa Algodão, Julita Maria
Frota
Chagas Carvalho, uma das principais dificuldades de controlar a
podridão vermelha do sisal é que a
propagação da cultura geralmente se dá
através de rebentos (ou plantas-filhas). “Quando a
planta-mãe está contaminada, provavelmente, os
rebentos
próximos a ela também
estarão”, afirmou a
pesquisadora.
Com o objetivo de controlar a doença, a Embrapa
Algodão
está desenvolvendo uma pesquisa que utiliza a
técnica de
micropropagação
in vitro
para produção de mudas sadias (também
chamada
clonagem
in
vitro).
“Com a técnica de
micropropagação in vitro
podemos obter plantas livres de microorganismos e puras, em curto
período de tempo, a partir de uma única planta,
além de conservar as propriedades genéticas da
planta-mãe”, explicou Julita.
Em um ano pode-se obter até 300 novas mudas
originárias
de um único rebento. Após a
micropropagação
in vitro, a mudas serão aclimatizadas para ficarem prontas
para
a distribuição junto ao produtor. “A
nossa
previsão é de que até o final do ano o
protocolo
de multiplicação de rebentos esteja
concluído para
que possamos ter plantas sadias e geneticamente puras sendo produzidas
em biofábricas e incubadoras”, declarou.
A pesquisa está sendo realizada em parceria com bolsistas do
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
Científica- PIBIC e estudantes do mestrado em
Ciências
Agrárias da Universidade Estadual da
Paraíba/Embrapa
Algodão.
Edna Santos – (MTB-CE 01700 JP)
Embrapa Algodão
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