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Embrapa Algodão estuda plantio direto do algodoeiro irrigado no semiárido nordestino


A Embrapa Algodão começou neste ano os estudos sobre o plantio direto do algodoeiro em áreas irrigadas do semiárido nordestino. O sistema de plantio direto é uma técnica de cultivo que consiste na semeadura diretamente no solo com resíduos vegetais na sua superfície, a chamada palhada. A técnica visa promover a conservação do solo e da água e dispensa a aração e a gradagem, equipamentos que revolvem as camadas do solo e provocam a degradação.

As pesquisas estão sendo conduzidas em Apodi, no Rio Grande do Norte, e têm por objetivo verificar a possibilidade de adoção do sistema na região semiárida, determinar quais as culturas a serem plantadas em rotação com o algodoeiro para a formação de palhada, bem como, fazer as adaptações necessárias ao sistema, como o manejo da adubação e irrigação.

Segundo o pesquisador da Embrapa Algodão, Valdinei Sofiatti, o plantio direto é uma tecnologia já utilizada com sucesso nas regiões Sul, Sudeste e no cerrado brasileiro, no entanto, na região semiárida são escassas as pesquisas com esta técnica de cultivo. “Nós acreditamos que a adoção desse sistema nesta região é fundamental devido à degradação dos solos agrícolas ocasionada pelo preparo incorreto do solo, em sua maioria realizado com uso de grade aradora”, declarou o pesquisador.

Conforme Soffiati, nas regiões que adotam o plantio direto, verificou-se que além de conservar o solo, a presença de palhada na sua superfície eleva a taxa de infiltração de água, protegendo o solo contra a formação de encrostamento superficial. “O plantio direto aumenta a capacidade de retenção de água, devido ao não revolvimento do solo no preparo para o plantio, mantendo sua densidade e porosidade em níveis desejados, e ainda diminui a evaporação de água da superfície do solo, podendo gerar economia de água utilizada na irrigação, fato de suma importância na região semiárida devido à escassez dos recursos hídricos”, afirmou.

Para o pesquisador, outra vantagem do plantio direto em áreas irrigadas seria a maior facilidade de mecanização destas áreas, uma vez que os solos dessa região possuem elevados teores de argila expansiva e silte (fragmento de mineral ou rocha menor do que areia fina e maior do que argila), o que dificulta a entrada de máquinas na lavoura quando o solo está úmido. Esse problema seria minimizado pelo plantio direto. “A entrada de máquinas na lavoura para realização do plantio e dos tratos culturais seria facilitada pela adoção do plantio direto, permitindo ao agricultor fazer dois ou até três cultivos por ano agrícola na mesma área, uma vez que a estação chuvosa também poderia ser aproveitada para fazer o cultivo de culturas como milho e sorgo, por exemplo, garantindo a formação de palhada e a rotação de culturas que são essenciais para o sucesso do plantio direto, além de garantir uma renda extra ao produtor”, avaliou.

O início dos estudos foi possível graças à aquisição de uma semeadora-adubadora de plantio direto, financiada pelo Projeto “Geração e transferência de tecnologias para a sustentabilidade do algodoeiro no semiárido nordestino”, que faz parte do convênio Atecel/Finep/Embrapa.

Edna Santos – (MTB-CE 01700 JP)
Embrapa Algodão
Contato: (83) 3182.4312
sac@cnpa.embrapa.br
http://twitter.com/embrapa_algodao