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Pesquisador da Embrapa Algodão desenvolve metodologia para criação do percevejo-verde em laboratório


A mamoneira (Ricinus communis L.) tem como centro de dispersão a Etiópia. Esta oleaginosa se adaptou rapidamente ao Semiárido brasileiro, podendo se constituir numa opção de cultivo para os pequenos produtores da região Nordeste. Ao longo de vários anos, antes dessa oleaginosa ser explorada como atividade agrícola, acreditava-se que a planta fosse praticamente imune aos insetos e pragas.

Contudo, com a utilização de cultivares comerciais, e, consequentemente, com a espanação e/ou aumento de áreas – sendo essa oleaginosa como monocultura ou mesmo consorciada, não demorou para surgirem as primeiras pragas associadas a essa cultura; dentre elas, destaca-se o percevejo-verde, praga que antes atacava principalmente a cultura da soja, agora ocorre também na mamoneira. Ainda não há Nível de Controle (NC) estabelecido, menos ainda o Nível de Dano Econômico (NDE) e, praticamente, não há inseticidas registrados no Ministério da Agricultura para o seu controle.

Para atender a essas demandas, isto é, para tentar suprir esse hiato em relação às informações, foi necessário o desenvolvimento de uma metodologia rápida, prática e de fácil acesso, não apenas à comunidade científica, mas também aos produtores dessa oleaginosa. Pensando exatamente nessa clientela foi que José Janduí Soares e sua equipe de pesquisa desenvolveram uma metodologia para a criação de Nezera Viridula (vulgarmente conhecida como percevejo-verde): os percevejos são alimentados com feijão-guandu (Cajanus cajan [L] Millsp), feijão-macáçar (Phaseolus vulgaris L) e a própria mamona (Ricinus communis L).

A adição e/ou a presença do feijão-guandu na dieta de Nezera Viridula mostrou-se importante na alimentação, proporcionando inclusive uma melhoria em vários parâmetros: ciclo biológico, longevidade de fêmeas e de machos, pré-oviposição em dias, entre outros, especialmente para os dois primeiros instares; enquanto a água destilada é fundamental a partir do terceiro instar. Os ovos dos percevejos são colocados em placas de petri de 9 cm de diâmetro. Quando os insetos atingirem o segundo instar, deverão ser colocados com as placas dentro da gaiola para que possam sair naturalmente.

Ninfas a partir do terceiro instar são colocadas em gaiolas de PVC de 200 mm com 20 cm de altura, tendo a parte inferior dessas gaiolas fechada com uma placa de zinco. O fundo da gaiola é forrado com papel sulfite comum e a parte superior é fechada com uma tela de náilon. São colocados cinco ou seis frutos de mamona de variedades com cutícula espessa e de cutícula fina e duas a três vagens de feijão-guando e macáçar. A água destilada é fornecida por meio de um pequeno recipiente de plástico de 5 cm de diâmetro por 2 cm de profundidade contendo uma esponja.

A alimentação, bem como a água são trocadas duas vezes por semana até os insetos atingirem a fase adulta. A partir desse estágio, é colocada uma folha de mamona no centro da gaiola com o pedúnculo imerso em água contida num frasco. A população no interior da gaiola deverá ser de no máximo cinco casais. Os ovos são retirados duas vezes por semana da face dorsal das folhas de mamona, coincidindo também com a troca da alimentação.


Colaboração – Silas Batista
Edna Santos – (MTB-CE 01700 JP)
Contatos: (83) 3182.4361
edna.santos@cnpa.embrapa.br
http://twitter.com/embrapa_algodao