A Embrapa Algodão, em parceria com a
Fundação
Bahia, desenvolveu duas novas cultivares de algodão
– a
BRS 335 e a BRS 336. A primeira se destaca pela alta produtividade,
porte e ciclo médios e a segunda, pela qualidade da fibra. A
BRS
335 é indicada para cultivo no Estado da Bahia e a BRS 336
para
os biomas do Cerrado e Semiárido brasileiros. O
lançamento das novas cultivares acontece neste
sábado,
dia 9 de julho, durante o Encontro Técnico do
Algodão
2011, em Luís Eduardo Magalhães-BA no hotel Saint
Louis,
a partir das 08:30h.
Segundo o pesquisador da Embrapa Algodão, Camilo de Lelis
Morello, um dos responsáveis pela
obtenção das
cultivares, a BRS 335 possui ciclo e porte médios, com
elevada
produtividade de fibra e resistência à mancha
angular
– doença de grande importância
econômica no
país, pois não é controlada por
produtos
químicos e cujo controle depende da
utilização de
sementes sadias e resistentes.
“Além da boa produtividade, as
características
tecnológicas das fibras da BRS 335 estão de
acordo com as
exigências do mercado consumidor interno e
externo”,
afirmou. A produtividade de algodão em pluma é de
aproximadamente 2.070 quilos por hectare e a colheita é
prevista
para de 150 a 170 dias após a emergência das
plantas. A
cultivar é recomendada para Cerrado do Estado da Bahia.
Já a principal característica da BRS 336
é a alta
qualidade da fibra, cujo comprimento pode variar de 32 a 34 mm.
Também se destaca a resistência (entre 31 a 34
gf/tex),
outra característica exigida pela indústria
têxtil.
A produtividade de algodão em pluma é cerca de
1.530
quilos por hectare. A colheita é estimada para 170 a 180
dias
após a emergência das plantas. As plantas
são de
porte médio a alto.
A BRS 336 também é resistente à mancha
angular e
medianamente resistente à doença azul –
uma virose
do algodoeiro transmitida pelo pulgão, que pode causar
muitos
prejuízos à cultura. A cultivar é
indicada para os
estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Minas
Gerais, Paraíba, Maranhão, Piauí e
Rondônia.
O Chefe geral da Embrapa Algodão, Napoleão
Beltrão, comentou o avanço que esses
lançamentos
representam. “Este lançamento representa mais uma
avanço tecnológico viabilizado pela
Embrapa e seus
parceiros, que diariamente se juntam na busca meios e arranjos
institucionais, para tornar o a cotonicultura brasileira mais
competitiva e vitoriosa em todos os seus segmentos”. Comentou
Napoleão.
De acordo com Morello, a principal vantagem da BRS 336 é o
fato
dela ter fibra mais longa, de alta qualidade, sem apresentar os
problemas das cultivares que produzem fios especiais, como
suscetibilidade à mancha angular, além de ciclo
tardio e
porte muito alto, características que não se
adequam ao
sistema produtivo do Cerrado e à colheita mecanizada.
Manejo
“Em decorrência da suscetibilidade à
ramulose e
mediana suscetibilidade à doença azul, a BRS 335
deve ser
cultivada em áreas sem histórico de ramulose e o
manejo
do pulgão, praga vetora da virose doença azul,
deve ser
em níveis entre 20 a 30 % de presença de
colônias.
Já a BRS 336 não deve ser cultivada em
áreas com
elevada infestação de fusarium e
nematóide das
galhas”, orienta o pesquisador da Embrapa Algodão.
Para ambas as cultivares, ele recomenda que o espaçamento
entre
as linhas seja de 76 a 90 cm e a densidade de 7 a 8 plantas por metro.
A época de plantio da BRS 335 é de 1º a
30 de
dezembro e da BRS 336 vai de 15 de novembro a 30 de dezembro, no
Cerrado.
Colaboração – Silas Batista
Edna Santos – (MTB-CE 01700 JP)
Contatos: (83) 3182.4361
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