O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) divulgou recentemente a relação dos municípios aptos ao plantio do amendoim nos estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. O zoneamento agrícola considera ainda os períodos de plantio para o cultivo das variedades em condições de baixo risco climático.

O amendoim pode ser plantado praticamente o ano todo no Nordeste, desde que seja irrigado. Mas os produtores da região preferem concentrar os plantios no período de vai de janeiro a abril, no início da estação chuvosa, justamente para reduzir os custos com irrigação.

Três cultivares desenvolvidas pela Embrapa Algodão (Campina Grande – PB) e comercializadas pela Embrapa Transferência de Tecnologia (Brasília – DF) são recomendadas para a região do Semiárido nordestino: a BR1, indicada para condições de sequeiro; a BRS 151 L7, precoce e produtiva; e a BRS Havana, de película creme, alta produtividade e tolerância à seca.

Todas elas apresentam ciclo curto, porte ereto e com grãos característicos para atender ao mercado interno de grãos in natura e indústria. A BR1, mais procurada pelos produtores nordestinos, tem baixo teor de óleo (45%) e 29% de proteína bruta. Tem vagens com três a quatro sementes de formato arredondado e coloração vermelha. Seu ciclo médio é 90 dias e produz cerca de 1,8 t/ha de amendoim em casca no regime de sequeiro. O rendimento em sementes fica entre 71% e 73%.

A BRS 151 L7 é a mais precoce, com ciclo de 87 dias, possuindo vagens com uma a duas sementes alongadas, grandes e de coloração vermelha. A produtividade fica em torno de 1,8 t/ha no cultivo de sequeiro e o rendimento médio em sementes é de 71%. O teor de óleo bruto nas sementes é 46%.

Já a BRS Havana tem ciclo de 90 dias, produz 1,9 t/ha e tem rendimento de sementes na faixa de 72%. Suas vagens contêm três a quatro sementes, de formato arredondado e coloração bege. Apresenta o menor teor de óleo entre as atuais cultivares em distribuição no Brasil, com média de 43%.

Produção

O amendoim tem potencial para substituir a soja na extração de óleo para fabricação de biodiesel, uma vez que algumas variedades produzem até 50% de óleo, bem acima dos 20% produzidos pela soja. Apesar disso, a soja ainda é o principal vegetal utilizado no País para fabricação de biodiesel.

Os principais estados produtores do Nordeste são Bahia, Sergipe, Ceará e Paraíba. O sistema de produção típico é o de agricultura familiar, com pouco uso de insumos ou mecanização. O consumo na região, no entanto, é alto: o nordeste é considerado o segundo maior consumidor de amendoim do Brasil.

O amendoim é cultivado em todo o País e o seu valor de mercado, interno e externo, rende bons lucros ao produtor. O uso de cultivares de porte rasteiro e mecanização das operações de plantio e colheita são tecnologias que também refletiram em maior produtividade. No entanto, essas tecnologias são utilizadas principalmente em São Paulo e no Cerrado, onde o amendoim é cultivado em rotação ou em segunda safra.

A maior parte da produção de amendoim brasileira vem da Região Sudeste, seguida pela Centro-Oeste e Nordeste. O estado de São Paulo é o maior produtor, responsável por cerca de 80% da produção nacional. A produção de amendoim é feita em duas épocas: a primeira, conhecida como safra das águas, representa 75 % do volume total e corresponde aos plantios realizados em outubro/novembro, nas regiões Sudeste e Sul; a segunda, chamada de safra da seca, complementa o montante sendo os plantios realizados no mês de março nas regiões Sudeste e Nordeste.

Confira a íntegra do zoneamento agrícola para o amendoim nos estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte nas Portarias nº 387 a 398, publicadas no Diário Oficial da União de 25 de outubro e disponíveis no site http://portal.in.gov.br/in

Para obter mais informações e adquirir sementes das cultivares de amendoim desenvolvidas pela Embrapa, entre em contato com o Escritório de Negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia em Campina Grande:


Para saber mais:
O Agronegócio do Amendoim no Brasil, livro publicado pela Embrapa e composto de dez capítulos que abrangem os aspectos socioeconômicos e agropecuários da cultura. Adquira no site http://livraria.sct.embrapa.br/liv2/consultaProduto.do?metodo=detalhar&codigoProduto=00077250
Preço: R$ 40,00.