Variedades de algodão geradas pela Embrapa e
progênies
resultantes de cruzamentos com variedades da Tanzânia
estão sendo testadas num projeto inédito de
cooperação técnica. No Brasil, uma das
pesquisadoras que lidera o projeto, Lúcia Hoffmann, diz que
a
cooperação visa também inserir o uso
de marcadores
moleculares no melhoramento de algodoeiros naquele país
africano.
Hoffmann explica que foi montada uma parceria com a
Universidade
de Dar es Salaam, tendo como principal articuladora a Dra. Flora
Ismail. “As pesquisas começaram através
de um
projeto que visava colaboração de
países na
área de biossegurança (GMO-ERA),coordenado no
Brasil pela
pesquisadora Eliana Fontes”, comenta a biotecnologista da
Embrapa
Algodão, que hoje trabalha no Núcleo de Pesquisa
e
Desenvolvimento do Cerrado, em Goiânia (GO).
A pesquisadora brasileira diz que uma das ideias é ampliar o
conhecimento sobre o Fusarium, a doença do algodoeiro mais
importante na Tanzânia. “O projeto deve escolher
uma praga,
provavelmente Lepdoptera, para estudos ligados à
resistência das plantas”, diz Lúcia. Ela
comenta que
um fator significativo para a aprovação do
projeto foi
sua condição de sustentabilidade, conferido pela
solidez
do programa de melhoramento do algodoeiro na Tanzânia,
estabelecido a partir de 1930.
Segundo Hoffmann, um projeto anterior, Pró-Africa,
financiado
pelo CNPq, permitiu estender a
colaboração para o
Lake Zone Agricultural Research Development Institute (LZARDI) de
Ukiriguru, braço do Ministério de Agricultura e
Segurança Alimentar daquele país, que se localiza
em
Mwanza, ao lado do Lago Vitória.
“Este instituto é responsável pelo
melhoramento
genético do algodoeiro na Tanzânia, onde trabalha
a
melhorista Everina Lukonge. No desdobramento do projeto deve
se
estabelecer uma estreita colaboração entre
Ukiriguru e a
Universidade de Dar es Salaam”, acrescenta Lúcia.
Ela
observa que a prática do melhoramento genético na
Tanzânia tem obtido sucesso pelo fato de que parte dos
cotonicultores estejam cadastrados para colaborar na
avaliação das variedades, o que pode facilitar a
divulgação de possíveis variedades de
algodão geradas pela parceria Brasil-Tanzânia.
“O conhecimento dos pesquisadores da Embrapa
Algodão sobre
as possibilidades efetivas da aplicação de
marcadores
moleculares no melhoramento e manejo de pragas deve ser importante para
o sucesso do projeto, que posteriormente poderá ser
estendido
para outras culturas importantes na Tanzânia, como arroz,
café e caju”, finaliza a pesquisadora.
O projeto terá início em janeiro de 2011, com
dois anos
de duração, financiamento da Africa Brazil
Agriculture
Inovation Marketplace da Agência Brasileira de
Cooperação (ABC), Department for International
Development (DIFID, do Reino Unido) e Banco Mundial, com
previsão orçamentária de US$80 mil.
A equipe internacional envolvida conta, além de Flora Ismail
e
Everina Lukonge, com os biotecnologistas Godliving Mtui e Ken Hosea. E
ainda, S. Lyantagaye e M.H.S Muruke.
Do lado brasileiro, além de Lúcia,
participam do
projeto os pesquisadores Camilo Lelis Morello, Flávio
Rodrigo
Gandolfi Benites, José Di Stefano, o entomologista
José
Ednilson Miranda, o fitopatologista Nelson Suassuna e o biotecnologista
Paulo Augusto Vianna Barroso. Segundo Hoffmannm estão
previstas
duas visitas dos pesquisadores brasileiros à
África e a
vinda de dois pesquisadores tanzanianos ao Brasil, com datas a definir.
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