A Organização das Nações
Unidas para
Agricultura e Alimentação (FAO) estima que a
contribuição global da
polinização para
agricultura gira em torno de US$ 65 a 70 bilhões.
Entretanto, o
desmatamento e o uso excessivo de pesticidas vêm provocando a
redução dos agentes polinizadores, o que pode
resultar na
perda da produtividade e, no futuro, trazer sérios problemas
para agricultura mundial.
Para fazer frente a esse problema, a FAO convidou diversos
países, entre eles o Brasil, África do Sul,
Quênia,
Gana, Índia, Paquistão e Nepal, a participarem do
projeto
de “Conservação e manejo de
polinizadores para
agricultura sustentável através de uma abordagem
ecossistêmica”, que visa estabelecer uma rede
internacional
de pesquisa sobre a polinização.
No Brasil, o projeto conta com a participação da
Embrapa
Algodão, que tem por objetivo investigar os insetos que
atuam na
polinização do algodoeiro. “Nesse
projeto vamos
realizar o inventário das abelhas visitantes florais do
algodoeiro nas áreas de Caatinga, onde os produtores
familiares
estão cultivando o algodão no sistema
agroecológico e também observaremos as
espécies do
Cerrado, pois acreditamos que serão diferentes, em
função do bioma e do manejo praticado na
região”, explica a entomologista e pesquisadora da
Embrapa
Algodão, Lúcia Helena Avelino Araújo.
As abelhas são coletadas pelos pesquisadores da Embrapa
Algodão nos estados da Paraíba, Mato Grosso e
Goiás e, posteriormente, analisadas em
laboratórios da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Lúcia Helena informa que o estudo também busca
mensurar o
valor econômico da polinização e o
impacto do
manejo da cultura tanto em sistemas convencionais como nos
agroecológicos na cotonicultura brasileira. “Com
isso,
nós vamos determinar o déficit de
polinização na cultura do algodoeiro e propor o
desenvolvimento de ações voltadas para o manejo
sustentável dos polinizadores e seus habitats
naturais”,
adianta.
A pesquisadora acredita que esse será apenas um
pontapé
inicial para novos projetos sobre polinização no
Brasil.
“Em outros países como os Estados Unidos, por
exemplo,
já tem produtores colocando colméias no cultivo
do
algodão e tendo como retorno um aumento em torno de 20% da
sua
produção”, afirma.
Financiado pelo CNPq, o projeto começou em maio de 2010 e
terá duração de cinco anos. A
agência
responsável pela execução é
Fundo
Brasileiro para a Biodiversidade – o Funbio.
A Rede de Polinizadores do Brasil também desenvolve projetos
envolvendo as culturas do caju, canola, castanheira-do-brasil,
melão, macieira e tomate.
Edna Santos - (MTB-CE 01700 JP)
Colaboração: Mayara Dantas
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