A necessidade de elevada quantidade de mão-de-obra e o alto
custo dos equipamentos tem representado dois grandes gargalos no
cultivo e beneficiamento da mamona no Nordeste. Visando atender
à demanda dos pequenos agricultores de mamona da
região,
a Embrapa Algodão em parceria com o Banco do Nordeste e com
a
Metalúrgica Barros, em Campina Grande (PB),
desenvolveu
uma pequena máquina para o descascamento da mamona.
O protótipo tem o mesmo princípio de
descascamento das
beneficiadoras de maior porte. A vantagem é que por ser
acionado
manualmente, através da rotação
promovida por
pedais de uma bicicleta, possui um baixo custo de
confecção – sem a bicicleta, fica em
torno de R$
500,00 reais. O equipamento, que foi demonstrado no IV Congresso
Brasileiro de Mamona, no início do mês de junho,
deverá ser validado junto aos produtores em setembro
próximo, no período da colheita da mamona.
O pesquisador da Embrapa Algodão, Odilon Reny, um dos
responsáveis pelo protótipo, destaca que esta
é
uma máquina simples, barata, que o pequeno produtor
poderá utilizar na sua própria bicicleta.
“Por ser
acoplada ao protótipo, a bicicleta pode ser removida ao
término do trabalho, ou seja, a mesma bicicleta que
transporta o
agricultor, também ajuda a descascar a mamona”,
afirma.
O equipamento é fruto de uma tese de mestrado e
está
sendo trabalhado desde 2008. Foi construído com
chapas e
cantoneiras de ferro e apresenta os seguintes componentes -
alimentador, sistema de descascamento (discos), sistema de acionamento
(bicicleta) e descarga do material descascado. “O sistema de
descascamento é promovido por meio de dois discos revestidos
com
borracha de 1 cm de espessura. Quando os frutos passam pela abertura
entre os discos, sob ação de força
centrífuga produzida pelo disco inferior e o atrito entre as
borrachas e o fruto, ocorre a separação da casca
da
semente” diz o pesquisador. “Outra vantagem
é que,
devido à abertura ajustável entre os discos, ela
possibilita o descascamento de todas as cultivares
existentes”,
complementa.
A máquina promove o descascamento de 89% de sementes da
cultivar
BRS Nordestina e 98,9% de sementes descascadas da cultivar BRS
Energia. A capacidade de trabalho é de cerca de
74kg/hora
para a cultivar BRS Nordestina e 275,33 kg/hora para a cultivar BRS
Energia. “Essa é uma máquina eficaz no
processo de
descascamento dos frutos de mamona apresentando valores
satisfatórios exigidos pelas indústrias de
extração de óleo”, conclui
Odilon.
Colalaboração:
Edna Santos
(Jornalista - MTB/CE 01700 JP) e Mayara Dantas (Estagiária -
Embrapa Algodão)
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