Com uma visão do futuro das energias renováveis,
o
pesquisador da Secretaria de Assuntos Estratégicos da
Presidência da Republica, Decio Gazzoni, proferiu, na
terça-feira (08), a conferência de abertura do IV
Congresso Brasileiro de Mamona e do I Simpósio Internacional
de
Oleaginosas Energéticas.
Na conferência “Análise
estratégica das
perspectivas da agroenergia”, Gazzoni apontou os grandes
fatores
determinantes do aumento da demanda por energia no mundo. Segundo as
previsões, a demanda vai crescer em torno de 70% nos
próximos 40 anos, devido, principalmente, ao aumento da
população mundial e da expectativa de vida da
mesma, ao
crescimento da renda per capita e ao movimento migratório da
população rural para os centros urbanos,
ressaltando que
o consumo de energia per capita na cidade é superior ao do
campo. Entretanto, a demanda por energia poderá ser bastante
influenciada por três aspectos consciência
ambiental
coletiva, necessidade de desenvolvimento sustentável e a
constante evolução tecnológica. Para
ilustrar o
último aspecto, Gazzoni fez uma
comparação dizendo
que “Santos Dumont, há menos de 100 anos,
não
poderia prever que haveria aviões com capacidade para 800
passageiros e autonomia de 12.000 km, e que, dentro de pouco tempo
serão movidos a biocombustíveis”
Em termos de políticas públicas, Gazzoni
salientou que
há necessidade de um conjunto coerente de medidas para
viabilizar a produção e o consumo de
biocombustíveis. Além das medidas de
caráter
estritamente energético, são
necessárias as de
caráter estrutural, fiscal, creditício,
agrícola,
de pesquisa e desenvolvimento, de educação e de
comunicação social.
O Brasil desponta como o país de matriz
energética
“mais renovável” do mundo. O
conferencista salientou
que a energia proveniente da cana-de-açúcar
representa
cerca de um sexto de toda a energia consumida no Brasil. “E a
tendência á ampliar essa
participação, pois
o desenvolvimento tecnológico levará ao melhor
aproveitamento energético, com a possibilidade de maior
produção de bioeletricidade”.
Finalizando, Gazzoni
expos a opinião de que a evolução
tecnológica e as demandas de mercado farão com
que a
cana-de-açúcar seja utilizada para deferentes
aplicações ao longo do tempo. “Assim
como em 1995,
o principal produto era o açúcar e em 2005 era o
etanol,
em 2020 será a bioeletricidade e em 2030 serão os
bioprodutos derivados do açúcar e do
etanol”,
concluiu.
A conferência fez parte da programação
do IV
Congresso Brasileiro de Mamona e do I Simpósio Internacional
de
Oleaginosas Energéticas, que são realizados pela
Embrapa
Algodão (Campina Grande, PB), Embrapa Agroenergia
(Brasília, DF) e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento
da
Agropecuária e da Pesca da Paraíba. Os eventos
contam com
o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), do Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA), do Ministério da Ciência
e
Tecnologia (MCT), da Petrobrás Biocombustível, da
Agência Nacional de Petróleo, Gás
Natural e
Biocombustíveis (ANP) da Sudene, do Banco do Nordeste, do
Sebrae
e Universidade Estadual da Paraíba.
Outras informações e as fotos dos eventos podem
ser acessadas no site
www.cbmamona.com.br.