Biodiesel, resultados de pesquisa, agricultura familiar são
temas importantes dos eventos, que também
abordará outras
oleaginosas energéticas
O
IV
Congresso Brasileiro de Mamona e o I Simpósio Internacional
de Oleaginosas Energéticas
são promovidos pela Embrapa Algodão, Embrapa
Agroenergia
e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária
e da
Pesca da Paraíba. Os eventos serão realizados de
07 a 10
de junho, em João Pessoa/PB. O objetivo desses eventos
é
ampliar a discussão dos aspectos
técnico-científicos de importantes oleaginosas,
como a
mamona, o algodão, o girassol, o amendoim, o gergelim, o
dendê, a macaúba, o pinhão-manso, a
canola e o
crambe, e favorecer a troca de experiência entre os
países
da América do Sul.
"De maneira geral, estas oleaginosas são voltadas, em sua
maioria, para agricultura familiar e apresentam
problemáticas
semelhantes, especialmente no setor primário. A
intenção dos eventos é divulgarmos o
conhecimento
em relação aos biocombustíveis a
nível
nacional e internacional”, afirma o Chefe-Geral da Embrapa
Algodão, Napoleão Beltrão.
Serão debatidos os rumos da pesquisa, da
produção,
da industrialização e as perspectivas das
culturas como
fonte renovável de combustível e na
produção industrial, além de
oportunidade de
emprego na cidade e no campo para mais de um milhão de
pessoas
nas diversas regiões produtoras do País.
A pesquisadora da área de Genética e Melhoramento
da
Embrapa Algodão, Márcia Nóbrega,
espera que as
palestras e os trabalhos técnicos tragam novidades e
resultados
de pesquisa sobre novos materiais genéticos com boa
adaptação a várias
situações
climáticas e regimes de chuva e com resistência a
doenças.
A Embrapa Algodão vem trabalhando no desenvolvimento de
novas
cultivares e espera lançar, em um a dois anos, materiais com
produtividade cerca de 20% superior às que existem no
mercado,
para cultivo nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Os eventos contam com as parcerias do Ministério da
Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA), do Ministério da
Ciência e Tecnologia (MCT) e da Petrobras
Biocombustível,
do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas
Empresas – Paraíba (SEBRAE-PB), do Conselho
Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
do Banco
do Nordeste do Brasil (BNB), da Agência Nacional de
Petróleo (ANP) e da Superintendência de
Desenvolvimento do
Nordeste (SUDENE).
A programação contará com
conferências,
palestras, painéis, minicursos e
apresentações
orais dos trabalhos relacionados às
matérias-primas. As
perspectivas dos programas de biodiesel no Brasil e nos Estados Unidos
serão destaque do IV CBM e do I SIOE, bem como a
comercialização dos óleos, programas
de fomento,
aproveitamento de sub-produtos da mamona e do pinhão-manso e
impactos na agricultura familiar.
Histórico dos eventos
Em 2004, foi realizado o I Congresso Brasileiro de Mamona –
Energia e Sustentabilidade –, na cidade de Campina Grande
(PB),
contando com um público de mais de 800 pessoas das
diferentes
regiões do país. Em 2006, ocorre o II Congresso
Brasileiro de Mamona – Cenário Atual e
Perspectivas
–, em Aracaju (SE), e tem a
participação de
diversas instituições de pesquisa, universidades,
indústrias, ONG’s,
associações e sindicados,
envolvendo pesquisadores, empresários, estudantes e
agricultores, reunindo um público de aproximadamente 1.000
pessoas e, com resultados extremamente positivo para o
agronegócio da mamona.
Em 2008, aconteceu a terceira edição do Congresso
Brasileiro de Mamona – Energia e Ricinoquímica
–,
desta vez na cidade de Salvador (BA), contando com a
presença de
palestrantes nacionais e internacionais, reunindo um público
de
mais de 1.000 pessoas e apresentando mais de 200 trabalhos
científicos. Entre os congressistas foi possível
verificar forte presença de
instituições de
pesquisa e universidades latino americanas.
Além disso, o congresso recebeu trabalhos sobre a cultura do
pinhão manso. A união destes dois
últimos
aspectos, fez com que se motivasse a criação do
Simpósio Internacional de Oleaginosas
Energéticas, onde
fosse possível receber trabalhos e discutir aspectos
técnico-científicos de outras importantes
oleaginosas,
como o girassol, o amendoim, o gergelim, o dendê, oleaginosas
nativas, como o pequi, macaúba e oleaginosas não
tradicionais no país, como a canola e o crambe.
Biodiesel no Brasil
O Brasil já utiliza o B5, que é a mistura de 5%
de
biodiesel ao óleo diesel e a tendência
é aumentar.
“Já se fala em B10. É
necessário um
planejamento tanto da pesquisa quanto da parte dos produtores para que
a oferta de matérias-primas atenda à demanda por
biodiesel. Somos o único país que tem efetiva
diversificação de oleaginosas”, diz
Beltrão.
Hoje, a maior parte da produção de biodiesel
emprega a
soja como matéria-prima. Também são
usados o sebo
bovino e o algodão. Em relação a essa
última cultura, a Embrapa Algodão vem
desenvolvendo
cultivares com maior teor de óleo. Recentemente foi
lançada a BRS Arueira, com 26% de óleo e a mesma
qualidade da fibra das outras cultivares.
A mamona tem área de cultivo no Brasil entre 120 a 150 mil
hectares, estando cerca de 80% da produção na
Bahia.
Entre os principais estados produtores também figuram
São
Paulo, Minas Gerais, Ceará e Piauí. Na Bahia, a
produtividade é de 600 a 700 kg de bagas por hectare, com
teor
de óleo de 48%. "Melhorando os sistemas de
produção", diz Maira Milani, pesquisadora da
Embrapa
Algodão, "pode-se, no mínimo, dobrar essa
produtividade.
O aumento de produção do óleo de
mamona
poderá atender ao mercado brasileiro, que importa grande
volumes
dessa matéria-prima da Índia, para atender a
demandas
crescentes das indústrias de lubrificantes, nylon, tintas,
produtos secativos e ácido ricinoleico".
O ácido ricinoleico, que é um dos componentes do
óleo de mamona responsável pela sua elevada
viscosidade,
motiva uma discussão importante entre os pesquisadores, pois
alguns acham que será economicamente interessante ter
óleo de mamona com viscosidade mais baixa para ser usado
diretamente na produção de biodiesel.
“Há
variabilidade genética para isso. Em algumas
regiões do
país, os agricultores dizem que existem plantas que produzem
bagas com óleo ‘mais fino’ e esses
materiais
poderiam ser usados como ponto de partida para o desenvolvimento de
mamona direcionada para biodiesel” ressalta Márcia
Nóbrega. Haveria, entretanto, a necessidade do
estabelecimento
de parâmetros físico-químicos bem
definidos e a
garantia de que esse novo produto seria realmente comprado pelas usinas
de biodiesel, salienta a pesquisadora.
Mais informações:
Congresso Brasileiro de Mamona (CBM)
Rua Oswaldo Cruz, 1143 – Centenário
58.428–095 – Campina Grande –
Paraíba.
E-mail:
cbm@cnpa.embrapa.br
Telefone: (83) 3182 4380
Site do evento:
http://www.cbmamona.com.br
Colaboração:
Mayara Dantas (Estagiária – jornalismo –
Embrapa Algodão),
Ramiro Manoel,
Daniela
Garcia Collares (Jornalista – MTb/114/01 RR –
Embrapa
Agroenergia),
Leonardo Ferreira (Estagiária – jornalismo
– Embrapa Agroenergia).
Contato: Área
de Comunicação Empresarial e Negócios
Tecnológicos – ACENT