Com
o objetivo de reunir pesquisadores, técnicos, produtores,
empresários e
autoridades para que juntos possam discutir os rumos da pesquisa e as
perspectivas para a exploração
sustentável das oleaginosas nas
diferentes regiões produtoras do Brasil, o 4°
Congresso Brasileiro de
Mamona (4° CBM), que acontecerá na capital
paraibana, João Pessoa, no
período de 8 a 11 de junho, começa agora em
janeiro toda sua fase
preparatória.
Para o pesquisador Napoleão Beltrão, chefe geral
da Embrapa Algodão,
instituição realizadora do evento, o CBM
já extrapolou o caráter
“nacional”, podendo assumir, sem medo de errar, sua
dimensão de evento
internacional. Durante o evento pesquisadores de várias
partes do
Brasil e de países latino-americanos deverão
apresentar e discutir
resultados de pesquisas nas diferentes áreas
temáticas que compõem as
cadeias produtivas das oleaginosas.
O 4° CBM deverá ainda definir, no âmbito
público e privado, estratégias
para redução de custos, bem como
políticas agrícolas específicas que
permitam impulsionar o agronegócio das oleaginosas e seus
derivados
industriais.
Segundo o coordenador técnico-científico do
congresso, pesquisador
Odilon Reny Ribeiro, pretende-se também fazer uma
avaliação da produção
destas oleaginosas como mecanismo de inclusão social,
gerando emprego e
renda no campo. “Queremos incentivar o desenvolvimento dos
programas de
biodiesel no país”, diz Reny, que organiza
também a realização do I
Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas
(SIOE), que
acontecerá paralelo ao CBM.
A Embrapa possui uma boa experiência na
promoção de eventos deste tipo.
No caso da mamona, foram realizados dois seminários voltados
para o
estado da Paraíba, em 2002 e 2003. Este último
teve um público de 600
pessoas. “Neste evento verificou-se, tanto da parte da
organização como
dos participantes do evento, a necessidade de um evento de maior porte
e abrangência, que atendesse maior número de
regiões e problemáticas da
cultura”, detalha o pesquisador.
Assim, em 2004 a Embrapa Algodão e parceiros organizaram o I
Congresso
Brasileiro de Mamona – Energia e Sustentabilidade. A cidade
de Campina
Grande (PB) foi escolhida para sediar o evento, por ser a maior cidade
do interior do Nordeste, sede da Embrapa Algodão, e pela
proximidade
dos maiores pólos produtores da mamona, tradicionais e em
expansão.
Esta primeira edição contou com um
público de 800 pessoas das
diferentes regiões do país.
Já o II Congresso Brasileiro de Mamona, discutiu o tema
“Cenário Atual
e Perspectivas”, foi realizado em Aracaju,no
período de 15 a 18 de
agosto de 2006 e contou com a participação de
diversas Instituições de
Pesquisa, Universidades, Indústrias, ONG’s,
Associações e Sindicados,
envolvendo pesquisadores, empresários, estudantes e
agricultores,
reunindo um público de 1.000 pessoas e, com resultados
extremamente
positivo para o agronegócio da mamona.
A terceira edição do congresso adotou o tema
“Energia e
Ricinoquímica”, acontecendo em Salvador,
no período de 04 a 07 de
Agosto de 2008. “Esta última
edição contou com a presença de
palestrantes nacionais e internacionais e foram apresentados
mais
de 200 trabalhos científicos. Entre os congressistas foi
possível
verificar forte presença de
instituições de pesquisa e universidades
latino americanas. Além disso, o congresso recebeu trabalhos
sobre a
cultura do pinhão manso. A união destes dois
últimos aspectos, fez com
que se motivasse a criação do Simpósio
Internacional de Oleaginosas
Energéticas, onde fosse possível receber
trabalhos e discutir aspectos
técnico-científicos de outras importantes
oleaginosas, como o girassol,
o amendoim, o gergelim, o dendê, oleaginosas nativas, como o
pequi e o
curauá, e oleaginosas não tradicionais no
país, como a canola e o
crambe”, lembra Odilon.
“A mamona, reconhecida como uma das culturas mais
versáteis, rentáveis
e promissoras, do ponto de vista da indústria e da
bioenergia,
apresenta potencial para gerar milhares de empregos no campo e tem sido
adotada em programas governamentais de diversos estados
brasileiros”,
segue o pesquisador.
A oleaginosa também possui reconhecida tolerância
à seca, podendo se
recuperar após períodos de estiagem e produzindo
com baixas
precipitações. “No Brasil, é
encontrada em todos os estados vegetando
de forma espontânea, necessitando no entanto, se
identificarem
genótipos adaptados as diferentes
condições de cultivo nacionais. Na
região nordeste, pode ser cultivada em período de
safra e na região
centro-sul do país se enquadraria no período de
safrinha (entressafra),
aproveitando áreas de cultivos de alimentares,
preferencialmente
cultivadas no período de safra”, afirma o
especialista.
Odilon diz que a Embrapa Algodão espera que a
execução do evento
contribua para viabilizar a apresentação de pelo
menos 250 trabalhos
técnicos científicos da forma oral a um publico
esperado de mil
congressistas. Além disso, os promotores também
buscam incentivar o
intercâmbio de conhecimentos em todos os elos das cadeias
produtivas.
O evento deve ainda proporcionar maior conhecimento que possa ser
revertido no incremento da produtividade por meio da
implementação das
técnicas veiculadas nos eventos, além de mostrar
as tendências de
mercado consumidor no Brasil e no Exterior. O 4ª CBM
já tem como
entidades participantes na sua realização o
Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, O Ministério do
Desenvolvimento Agrário
(MDA), Petrobrás e a Empresa Paraibana de Pesquisa
Agropecuária (Emepa).
A programação do CBM prevê uma
conferência inaugural, com o tema
“Energia como forma de inclusão social”.
Para o dia 10 de junho, uma
segunda conferência abordará o tema
“Fortalecimento da agricultura
familiar na cadeia produtiva das oleaginosas
energéticas”.
No dia seguinte a discussão será sobre o tema
“As oleaginosas
energéticas como fontes de óleo para
biocombustível: o papel do BLEND”.
Além das conferências temáticas, o
4º CBM ainda vai abrigar painéis,
mesas-redondas, mini-cursos e lançamento de novas cultivares
e novas
publicações técnicas.
REDAÇÃO:
DALMO OLIVEIRA - Registro profissional. MTb/PB N.º 0598
Com informações de Odilon Reny Ribeiro -
Pesquisador
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