A
Embrapa Algodão está subsidiando o projeto de
implantação de uma usina
de biodiesel na cidade de Campina Grande (PB). Esse foi o tema de uma
reunião ocorrida nesta quinta-feira, 3, entre o chefe geral
da empresa,
Napoleão Beltrão, o Secretário de
Agricultura da Paraíba, Ruy Bezerra,
o Secretário de Desenvolvimento Econômico do
Estado, Edvaldo Nóbrega, o
Secretário de Desenvolvimento Econômico de Campina
Grande, Alex
Azevedo, o presidente do Sindicato e Organização
das Cooperativas do
Estado da Paraíba (OCB/PB), Agostinho dos Santos, e o
superintendente
da instituição, José Cauby Pita,
além do presidente da Cooperativa de
Produtores de Mamona de Pocinhos, Ricardo Henriques de Albuquerque.
Durante o encontro, Beltrão observou que atualmente a
logística de
processamento de biodiesel, a partir da mamona e de outros
óleos
vegetais, tem como principal gargalo a distância entre a
matéria-prima
e a usina processadora, com uma distância média de
1600 quilômetros, o
que não correrá com a planta de Campina Grande
pela proximidade das
áreas de cultivo que estão há poucos
quilômetros da sede do município.
“No Ceará tem seis usinas, mas boa parte
está com a capacidade ociosa
ou parada por falta da matéria-prima ou utilizando soja
vinda do Centro
Oeste e da Bahia. Apesar de existir um projeto que prevê a
implantação
de 85 mil hectares naquele estado”, lembra o pesquisador
da
Embrapa Algodão.
Ricardo Albuquerque disse que, a preço de hoje, o projeto da
usina de
beneficiamento da mamona em Campina Grande está
orçado em R$
1.960.000,00. Ele explica que o projeto prevê duas plantas
industriais:
a primeira para o processamento do óleo e a segunda onde
ocorrerá o
processo de transesterificação, onde o
óleo é beneficiado para
obtenção
de biodiesel.
Para Alex Azevedo, é importante definir as garantias de
compra, seja
pela Petrobras, seja por compradores privados ou estrangeiros.
“A
empresa que construir terá que garantir o treinamento do
pessoal que
vai operar a usina”, diz o secretário.
Já Albuquerque colocou suas
preocupações acerca da
organização da
cadeia de produção. Ele disse que há
alguns meses conseguiu vender
parte da produção da cooperativa por
preços melhores a um grupo de São
Paulo. “É preciso ter uma política de
preços que favoreça também os
produtores porque hoje a maior parte dos lucros fica na mão
dos
beneficiadores da matéria-prima”, comenta o
cooperativista,
acrescentando que o preço do biodiesel hoje está
na casa dos R$ 2,26.
Já a tonelada do óleo da mamona está
sendo comercializada por até R$ 4
mil.
Azevedo e Albuquerque dizem que o projeto está sendo
monitorado na
Secretaria de Inclusão Social do Ministério de
Ciências e Tecnologia
(MCT) , e que para sua elaboração, os proponentes
receberam treinamento
do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico, da
Universidade de
Brasília. Os recursos serão oriundos da FINEP.
A usina deverá ocupar uma área total de 704
metros quadrados, onde
serão instaladas caldeiras e tanques de estocagem para o
biodiesel e
para um derivado do processamento da mamona, a glicerina.
Segundo
Agostinho dos Santos, o projeto visa inicialmente cumprir duas metas:
geração de energia limpa e inclusão
social de agricultores familiares.
Para Napoleão Beltrão, é preciso
garantir que o empreendimento tenha um
lado social, assim como possa oferecer um “papel
didático”, podendo
funcionar como fábrica-escola. “No projeto mais
modesto, a usina vai
poder consumir cerca de 12 mil hectares de mamona por ano, o que vai
gerar uma oportunidade excelente para os produtores da nossa
região”,
comenta o executivo da Embrapa Algodão.
Na opinião do secretário Ruy Bezerra, a
prioridade é a estruturação de
uma cadeia de produção, partir do Programa de
Produção para o Biodiesel
na Paraíba, que prevê a
implantação nos próximos meses de
cinco mil
hectares, já para o Plano Safra 2010/2011. “O
Governo do Estado tem
interesse em qualquer projeto de desenvolvimento social e
econômico
para a Paraíba”, reforçou Bezerra.
No próximo dia 14, está programada mais uma
reunião em João Pessoa,
entre os idealizadores do projeto da usina de biodiesel com
representantes da Petrobras.
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