Com
a globalização dos mercados, a
padronização de produtos e serviços
vem
ocorrendo em praticamente todo mundo. Ao mesmo tempo, no contexto de
novas tendências do consumidor, há um forte
estímulo na valorização dos
ativos e do saber fazer locais. Muitos consumidores têm tido
preferência por bens e serviços produzidos em
determinada região,
quando ativos intangíveis como cultura,
tradição, forma de produção
e
recursos naturais estão associados à oferta de
produtos diferenciados e
de qualidade.
No Brasil, desde 2002, foram reconhecidas seis
Indicações Geográficas
(Igs): vinhos (Vale dos Vinhedos-RS), café (Café
do Cerrado-MG), carne
bovina (Carne do Pampa Gaúcho-RS), cachaça
(Cachaça de Paraty-RJ) e,
mais recentemente a manga e a uva de mesa do Vale do
Submédio São
Francisco e o couro da Vale dos Sinos. Na IG do Vale dos Vinhedos, foi
observado um forte crescimento da produção local
de uvas,
fortalecimento do turismo, elevação do valor das
terras, aumento da
renda regional e uma maior arrecadação para os
municípios.
A Paraíba, por sua tradição, cultura e
diversidade de produtos, possui
um potencial ainda pouco explorado para o reconhecimento de
Indicações
Geográficas (IGs) e Marcas Coletivas. Neste contexto, o
evento
tornou-se necessário para reforçar as
competências dos profissionais e
demais atores para promover, implantar, avaliar e consolidar
ações
nessa área visando o desenvolvimento das cadeias produtivas
desse
Estado. Dois produtos agropecuários estão, no
momento, sendo
trabalhados: o Arroz Vermelho do Vale do Piancó e o
Algodão Colorido do
Seridó.
No dia 01 de outubro a Embrapa Algodão esteve representada
no I
Workshop sobre as Potencialidades da Propriedade Intelectual para o
Semiárido Brasileiro pelos Analistas Ramiro Manoel Pinto
Gomes Pereira
e Virginia Columbiano e Paulo de Tarso Firmino, realizado no
auditório
do SEBRAE, em Campina Grande (PB), realizado pelo
INSA/SEBRAE/MAPA-PB/INPI/PAQTC-PB/Embrapa Algodão ENTRE
OUTROS
PARCEIROS.
“Foi uma oportunidade de verificar que as regiões
semiáridas,
particularmente a situada na Paraíba (cariri,
curimataú, sertão e
seridó), dispõem no momento das melhores
circunstâncias para iniciar a
implementação destes importantes instrumentos de
desenvolvimento
local”, descreveu o analista Ramiro Pinto.
Nos dias 02 a 03 de outubro, em João Pessoa, a analista
Virginia
Columbiano esteve representado a Embrapa Algodão no I
Seminário sobre
Indicações Geográficas e Marcas
Coletivas, cujo tema foi: Instrumentos
para o desenvolvimento de cadeias produtivas da Paraíba.
Evento
organizado pelo INSA, MAPA, SFA/PB, SEBRAE, UFPB, BNB, Embrapa
Algodão,
PAQTC/PB, SEDAP/G.E.P.A INPI, FAEPA e SENAR.
Este evento teve o objetivo de apresentar, debater, encaminhar e
estabelecer um plano de ação e um
fórum institucional e
pluridisciplinar para a construção de bases para
o desenvolvimento de
cadeias produtivas da Paraíba com foco em
Indicações geográficas (IGs)
e marcas coletivas.
As Indicações Geográficas (IGs) e
Marcas Coletivas constituem um
direito definido pela Lei de Propriedade Intelectual (Lei 9.279/96) com
o objetivo de proteger produtos e serviços cujo valor de
mercado seja
influenciado pela reputação ou se deva a
características ligadas às
matérias-primas ou às formas de
produção únicas de uma determinada
região. Apesar da lei, o conceito de IG no Brasil ainda
está em
construção, tanto do ponto de vista dos
consumidores, como dos
produtores e atores institucionais.
Portanto, as IGs e Marcas Coletivas identificam produtos com origem no
território, região ou localidade, onde a
qualidade, reputação ou outras
características se devam, essencialmente, à
origem geográfica.
Basicamente, confirmam uma distinção de
confiança e credibilidade em
relação aos demais produtos de igual natureza
disponíveis no mercado
Estas duas modalidades são importantes ferramentas para o
desenvolvimento de uma localidade ou região, sendo que a
melhor opção
dependerá do nível de
organização dos produtores, objetivo da
proteção
e atendimento de determinados requisitos.
No âmbito dos produtores, esta
diferenciação, a partir de sua
reputação
e valorização pelo mercado, demanda uma
proteção adicional, evitando-se
que suas características sejam copiadas de forma ilegal,
seja no
contexto do comércio internacional ou no ambiente
doméstico.
Apesar da lei, o conceito de Indicação
Geográfica no Brasil ainda está
em construção, tanto do ponto de vista dos
consumidores, como dos
produtores e atores institucionais. Neste contexto, torna-se
necessário
reforçar as competências dos profissionais e
demais atores para
promover, implantar, avaliar e consolidar as
Indicações Geográficas no
país, mais especificamente no Estado da Paraíba.
REDAÇÃO: DALMO OLIVEIRA - Registro profissional.
MTb/PB
N.º 0598
COLABORAÇÃO – RAMIRO MANOEL PINTO GOMES
PEREIRA. CRA 1464/PB
Contatos: (83) 3182. 4300- e-mail:
imprensa@cnpa.embrapa.br