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Embrapa testa fungicidas contra ramulária

Pesquisadores da Embrapa Algodão estão desenvolvendo programas de aplicação de fungicidas utilizados no controle da mancha de ramulária (Ramularia areola), mantendo a doença em níveis baixos, não afetando, portanto, a produção quando as aplicações foram feitas no aparecimento dos primeiros sintomas da doença com base no monitoramento da lavoura.

“Nenhum dos tratamentos utilizados por nossos programas de fungicidas causaram fitotoxidez às plantas tratadas. Estamos recomendando a alternância de grupos químicos de fungicidas para o controle da mancha de ramulária para não haver resistência do patógeno”, comenta Luiz Gonzaga Chitarra, que apresentou os dados obtidos em pesquisa recente durante o 7° Congresso Brasileiro de Algodão, que se encerra amanhã em Foz do Iguaçu (PR).

Segundo Chitarra, o trabalho teve como objetivo comparar programas de fungicidas no controle da mancha de ramulária na cultivar Delta Opal em diferentes épocas de aplicações visando à produtividade e rentabilidade do algodoeiro no oeste da Bahia. “Os experimentos foram conduzidos na Fazenda Mimoso, em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia. Os resultados mostram que os programas de fungicidas utilizados nesse estudo foram eficientes no controle da mancha de ramulária do algodoeiro e que as maiores produtividades e rentabilidade de algodão em caroço, medidas em arroba por hectare, foram obtidas nas plantas das parcelas que receberam as aplicações na primeira parcela, onde as plantas apresentavam sintomas da mancha azulada nas folhas do baixeiro sem esporulação do fungo, na segunda parcela, onde as plantas apresentaram incidência da doença nas folhas do baixeiro das plantas) ou na terceira época, em que fizemos a primeira aplicação sete dias após à segunda época”, relata o pesquisador.

Chitarra lembra que a mancha de ramulária, causada pelo fungo Ramularia areola Atk, é uma das principais doenças que incidem sobre a cultura do algodoeiro no Oeste da Bahia. “Este fato deve-se principalmente ao cultivo repetitivo, sucessivo e em uma mesma área agrícola, no decorrer dos últimos anos, da variedade Delta Opal, altamente suscetível a essa doença. Essa variedade é a mais cultivada no Oeste da Bahia por ser produtiva, com alto rendimento de fibra, resistente a várias outras doenças e adaptada a região. No entanto, o plantio repetitivo dessa variedade pode acarretar aumento do inóculo inicial do patógeno, resultando em maior utilização de defensivos químicos, perdas expressivas na produção, e, consequentemente, menor preservação do meio ambiente além de grandes danos econômicos aos produtores”, diz o pesquisador.

Ele explica ainda que, devido à importância econômica da mancha de ramulária para os cotonicultores do Oeste da Bahia, esse trabalho teve como objetivo comparar programas de no controle da mancha de ramulária na cultivar Delta Opal em diferentes épocas de aplicações visando à produtividade e rentabilidade do algodoeiro no oeste da Bahia.

O experimento foi delineado em blocos ao acaso com quatro repetições, em esquema fatorial 4 x 4, sendo quatro épocas de aplicação e quatro tipos de controle com fungicidas (programas de fungicidas), além da testemunha (sem aplicação), num total de 17 tratamentos. As parcelas foram constituída por quatro linhas de plantio, espaçadas de 0,76 m e medindo 6m de comprimento.

“Nas condições que esse estudo foi conduzido, observa-se que em determinadas épocas das avaliações da mancha de ramulária houve diferença significativa entre os programas de fungicidas. A maior produtividade média de algodão em caroço foi obtida na segunda época de aplicação, com 402.95 arrobas por hectare, e a menor produtividade foi obtida na quarta época, com 375.51 arrobas por hectare. Portanto, deve-se observar a época de aplicação de fungicidas no controle da doença, pois o produtor pode ter prejuízos caso a doença não seja controlada nos primeiros sintomas”, acrescenta Chitarra.

O especialista diz que, estudos anteriores indicam, no controle das doenças associadas à cultura do algodoeiro, o emprego de possíveis combinações de fungicidas representa importante estratégia a ser adotada no manejo de fungos, que poderá minimizar os riscos do surgimento de outras estirpes de R. areola e de outros patógenos resistentes.

Em pesquisas feitas entre 2003 e 2005 pelo próprio Chitarra, na região de Campo Verde (MT),  observou-se o crescimento de perdas econômicas e resistência de R. areola devido a utilização contínua de um mesmo fungicida durante várias safras.

A pesquisa revelou que a maior renda líquida obtida foi de R$5.375,09 por hectare e a menor foi de R$5.187,88  por hectare. Comparando os tratamentos com fungicidas e a testemunha, observa-se que todos os tratamentos proporcionaram incremento de renda em relação ao tratamento testemunha, porém, os maiores incrementos foram obtidos no tratamento “Produtor” de segunda época,  com incremento de R$811,51. O menor incremento foi obtido pelo tratamento “Bayer”, na quarta época de aplicação com R$182,46.

A pesquisa foi coordenada por Luiz Gonzaga Chitarra, da Embrapa Algodão, com a participação da seguinte equipe: Cleiton Antônio S. Barbosa (Círculo Verde Assessoria Agronômica e Pesquisa), Benedito O. S. Filho (Círculo Verde Assessoria Agronômica e Pesquisa), Murilo Barros Pedrosa (Fundação de Apoio a Pesquisa e Desenvolvimento do Oeste Baiano - Fundação Bahia), Gilma Silva Chitarra (Centro Universitário de Várzea Grande – UNIVAG – MT).



REDAÇÃO: DALMO OLIVEIRA - Registro profissional. MTb/PB N.º 0598
Com informações técnicas de Luiz Gonzaga Chitarra
Contatos: (83) 3182. 4300- e-mail: imprensa@cnpa.embrapa.br