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Embrapa fomenta humanização da pesquisa agropecuária

Desde 2004 Embrapa reserva parte do seu investimento em pesquisa para financiar projetos que saiam da lógica meramente produtivista e atendam uma demanda crescente da sociedade brasileira por investigações que promovam o desenvolvimento sustentável da chamada agricultura familiar. Esse foi o foco principal das falas do sociólogo Marcelo Gastal, gestor do Macroprograma 6, do Sistema Embrapa de Gestão, que visitou a Unidade da estatal na Paraíba, em Campina Grande, no último dia 30 de julho.

Em palestra para os pesquisadores da Embrapa Algodão, Gastal disse que a finalidade dos projetos financiados pelo MP6 deve ser o fomento de elementos estruturantes no apoio ao desenvolvimento da agricultura familiar e à sustentabilidade do meio rural. “Buscamos apoiar também o surgimento de tecnologias não-agropecuárias e não só aquelas destinadas ao aumento da produtividade. Essas tecnologias precisam desencadear processos de inclusão social, porque o bolo da riqueza nacional aumentou, mas não foi dividido com os mais pobres”, diz o gestor.

Ele diz que o Brasil enfrenta ainda graves problemas de distribuição de alimentos e que a lei de tecnologia social prevê a apropriação sócio-técnica. “São os usuários das tecnologias desenvolvidas pela Embrapa que vão dizer se essas tecnologias são apropriadas ou não para suas realidades. Os modelos que incentivamos prevêem geração e transferência simultâneas e as metodologias de experimentação não são indispensáveis nesse modelo de pesquisa participativa”, comenta Gastal.

O pesquisador diz que hoje o MP6 possui em sua carteira 42 projetos em andamento, com um orçamento total de R$ 9 milhões. Essa mesma linha de financiamento já concluiu outros 19 projetos. “O MP6 tem uma média de financiamento de R$ 3 milhões por ano, sendo que 11% dos recursos têm como fonte o PAC. A média dos projetos aprovados é de R$ 214 mil, com uma concentração clara para a agricultura familiar das regiões Sul e Nordeste”, acrescenta.

Só a Embrapa Clima Temperado, em Pelotas (RS), possui hoje sete projetos financiados pelo MP6. Gastal ressalta, porém, que ainda existem 16 unidades da empresa que não possuem pesquisas apoiadas por esse macroprograma. “Sobra dinheiro e faltam propostas”, lastima Marcelo, que orienta os colegas interessados em captar esse tipo de financiamento a desenharem propostas com enfoques não-convencionais, onde as pesquisas sejam menos analíticas e mais sistêmicas.

Gastal comenta também que os pesquisadores que pretendem apresentar propostas ao MP6 devem fazer um esforço de memória para usar idéias concebidas nos períodos em que ainda estavam numa fase de pré-especialização. “Há uma heterogeneidade social significativa na composição dos segmentos que compõem a agricultura familiar brasileira. É preciso que os projetos do macro seis usem ferramentas teóricas e metodológicas para uma construção coletiva do conhecimento, de caráter multidisciplinar e plurinstitucional. Como disse Ghandi uma vez, é preciso fomentar a produção pelas massas e não a produção em massa”.

Gergelim orgânico – Marcelo Gastal aproveitou sua vinda ao Nordeste para conhecer de perto o projeto “Desenvolvimento de comunidades de agricultores familiares do Piauí por meio do gergelim orgânico”, na comunidade Barreiro Grande, no município de São Francisco de Assis do Piauí. O projeto está sob a liderança do pesquisador da Embrapa Algodão Paulo de Tarso Firmino. “Esse acompanhamento tem como objetivo muito mais conhecer o projeto do que acompanhar e avaliar seu andamento tendo em vista que o mesmo iniciou em abril deste ano”, afirma o gestor do MP6.


Redação: Dalmo Oliveira - Jornalista (MTb/PB N.º 0598)
Contatos: (83) 3182.4361 – E-mail: imprensa@cnpa.embrapa.br