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Pesquisador Paraguaio visita Embrapa Algodão

A Embrapa Algodão recebe desde terça-feira, 14, visita técnica do pesquisador Líder Ayala Aguilera,  vinculado à Universidad Nacional de Asunción. Ele vem acompanhado do engenheiro agrônomo Pericles Valinotti, gerente do departamento agropecuário da Shirosawa Co. SAIC, uma das maiores empresas do ramo no Paraguai. A visita visa estreitar laços de cooperação entre as instituições, especialmente no campo do melhoramento genético desta cultura.

O encontro deve estabelecer uma parceria para pesquisa e desenvolvimento com pesquisadores da Embrapa Algodão e da universidade  paraguaia, proporcionando o intercâmbio de experiências entre melhoristas, fitopatologistas, e entomologistas. “Vamos discutir as possíveis contribuições científicas e tecnológicas para o programa de pesquisa do gergelim desenvolvidos em nossas instituições, principalmente o controle de Macrophomina, da fusariose, manejo de solos e melhoramento de cultivares”, diz Nair Helena Arriel, chefe adjunta de Comunicação e Negócios Tecnológicos da estatal na Paraíba.

“O Paraguai possui 140 mil hectares plantados com gergelim. Num sistema onde a maioria dos produtores cultiva de um a dois hectares, organizados em associações”, informa Pericles.

Ele explica que o boom do gergelim (sésamo) iniciou em 1994 com a introdução da variedade Escova Blanca, trazida ao Paraguai possivelmente por colonos imigrantes coreanos. Os principais departamentos (estados) produtores são os de San Pedro e Concepción. Valinotti diz também que outra peculiaridade da sésamocultura paraguaia é o manejo manual feito, quase que totalmente, por 30 mil agricultores familiares cadastrados pelas grandes empresas do setor.

"Estamos trabalhando também com a certificação orgânica, através de empresas francesas e estadunidenses”, acrescenta o executivo paraguaio. Ele diz que o gergelim se tornou um excelente negócio porque a renda por hectare tem chegado fácil à casa dos US$ 800,00. “O Japão importa cerca de 80% da nossa produção, seguido de longe pelo Mercado Comum Europeu, China e Estados Unidos”, diz.

Problemas – Mas o modelo de produção do gergelim paraguaio já começa a sentir o impacto dos primeiros gargalos técnicos e ambientais. A produtividade despencou, de 2001 para cá, dos 800 quilos por hectare para os atuais 560. Segundo o  pesquisador Líder Ayala, isso ocorre em decorrência da alta incidência de macrophomina, ataque de pragas como o pulgão e lagartas do tipo Sphodoptera.

Os visitantes dizem também que há dificuldades relacionadas à  baixa fertilidade dos solos e no setor de sementes. “O gergelim é  hoje a principal cultura de ingresso econômico dos agricultores familiares. Eles estão acostumados a receber as sementes gratuitamente do governo, mas provocaram uma mistura genética terrível utilizando sementes não tratadas e sementes reutilizadas de plantios anteriores”, conta Ayala.

O pesquisador ressalta que há também questões culturais atrapalhando o desenvolvimento da cultura e a adoção de novas técnicas.  “Nós estamos como náufragos numa ilha enxergando um grande barco que é Embrapa. Eu tenho uma matéria da imprensa paraguaia  guardada que fala da assinatura de protocolos de cooperação entre o Brasil e o Paraguai, mas ficou só no papel”, comenta o pesquisador.

Hoje, dia 15, está programada visita de campo a experimentos de gergelim no município de Várzea (PB), acompanhados do pesquisador Vicente Queiroga.. Na quinta-feira, 16, eles terão reunião com a pesquisadora Nair Helena e farão visita às instalações e laboratórios da Embrapa Algodão em Campina Grande. No período da tarde os visitantes paraguaios fazem visita à COOPERNUT, Cooperativa de Produtos Naturais (COOPERNUT) que produz vários suplementos e complementos alimentares a base de gergelim acompanhados do pesquisador Paulo de Tarso.



Redação: Dalmo Oliveira - Jornalista (MTb/PB N.º 0598)
Contatos: (83) 3182.4361 – E-mail: imprensa@cnpa.embrapa.br