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Pesquisador da Embrapa Algodão faz visita técnica ao Cazaquistão e Uzbequistão 

Como países sem recursos hídricos abundantes conseguem produzir tanto algodão? Essa é sem dúvida a grande curiosidade de todos que conhecem a cotonicultura em lugares como Uzbequistão e Cazaquistão, e foi também a do pesquisador da Embrapa Algodão, Luiz Paulo de Carvalho, que esteve participando, entre os dias 12 e 28 de junho, de uma visita técnica às duas ex-repúblicas soviéticas.

“No Cazaquistão houve uma primeira reunião geral, na Capital Astana, com participação  de várias autoridades, inclusive de vice-ministro de agricultura do país,  onde se falou dos problemas locais em que eles buscam cooperação técnica”, relata o pesquisador, que na Embrapa é um dos responsáveis pela criação dos algodões naturalmente coloridos.

As áreas prioritárias para cooperação, definidas previamente, eram fruteiras de clima temperado, irrigação e drenagem, algodão e melhoramento animal. Por isso as apresentações da reunião inicial versaram sobre o interesse das autoridades cazaquistanesas  em cooperação técnica nestas quatro áreas. “Para o caso do algodão ficou definido que a cooperação deverá ser enfatizada na troca de materiais genéticos, melhoramento para resistência ao deficit hídrico e à seca, assim como melhoramento para obtenção de materiais de  maturação precoce”, acrescenta carvalho.

Ele e uma comitiva de outros pesquisadores brasileiros visitaram um centro de pesquisa e desenvolvimento de produção de grãos, onde conheceram alguns sistemas de produção de  grãos utilizados naquele país. “Visitamos também o centro de pesquisa e desenvolvimento de melhoramento de algodão,  no sul do país. Ali  pudemos discutir aspectos da produção de algodão, irrigação e efeitos da salinidade na produção algodoeira e melhoramento genético de algodão”, diz o pesquisador.

Já no Uzbequistão  a comitiva brasileira visitou e conheceu pesquisas em vários institutos e numa universidade de ciências agrária. “São importantes no país  a exploração de fruteiras de clima temperado, pecuária, florestas, cereais, produção de uvas para mesa e vinho e algodão. O algodão é vital para a economia do Uzbequistão,  que é o segundo maior exportador”, comenta Luiz Paulo.

O melhorista ressalta que o instituto de pesquisa de algodão do Uzbequistão possui uma das maiores coleções de germoplasma (genes vegetais) do mundo com aproximadamente 13.000 acessos. “O país possui a  maior área com irrigação do mundo, cerca de 4.300.000 hectares, considerando-se todas as culturas irrigadas e gasta, aproximadamente, seis bilhões de metros cúbicos  de água  na irrigação, sendo que só 20% desta água vem do próprio Uzbequistão, os outros 80% é importada,  e, ainda assim, conseguem manter um agricultura competitiva”, destaca o pesquisador da Embrapa Algodão em seu relatório de viagem.

A Universidade de Ciências Agrárias de Tashkent foi visitada pelo grupo. “Eles  possuem um centro bem desenvolvido para criação de inimigos naturais de pragas das culturas incluindo fruteiras  e algodão”, lembra Carvalho. “Visitamos também o  Institute of Selection and Cotton Seeds Studies, fundado em 1822. A cooperação desejada por este instituto é  a criação de cultivares de algodão de rápida maturação, resistentes às doenças e de boas qualidades de fibra, além da troca de germoplasma”, relata o pesquisador.

“O Uzbequistão já mantém parcerias com China, Japão, EUA e outros países em relação ao algodão. Eles desejam, além da simples troca de germoplasmas e de  materiais de melhoramento, fazer pesquisas em conjunto com pesquisadores brasileiros, em áreas de interesse dos dois países através de projetos de pesquisa, para que os resultados sejam usufruídos por ambas as partes”, comenta Luiz Paulo.

Ele finaliza informando que em novembro deve vir ao Brasil o primeiro grupo de pesquisadores daqueles dois países para conhecer pesquisas e tecnologias da Embrapa  Semi-árido, em Petrolina (PE) nas áreas de irrigação e drenagem. Em março de 2010 outros pesquisadores virão conhecer pesquisas com fruteiras de clima temperado, através da Embrapa em Bento Gonçalves. Para maio do ano que vem, pesquisadores cazaquistaneses e uzbequistaneses deverão estar em Campina Grande e região para conhecer de perto pesquisas e tecnologias acabadas pela Embrapa Algodão nas áreas de manejo de solos e melhoramento do algodoeiro. “E ainda está prevista, sem data marcada, a vinda do pessoal deles para os centros de pesquisa da Embrapa de gado de corte e gado de leite, em Mato Grosso e Minas Gerais”, adianta Carvalho.


Redação: Dalmo Oliveira - Jornalista (MTb/PB N.º 0598)
Contatos: (83) 3182.4361 – E-mail: imprensa@cnpa.embrapa.br