A cotonicultura empresarial do cerrado baiano ganha a partir do
próximo sábado, dia 6, um novo aliado para a
pesquisa
agronômica na região. Trata-se do Centro de
Pesquisa e
Tecnologia do Oeste Baiano (CPTO), patrocinado pelo Fundo para o
Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão
(Fundeagro) e
que será inaugurado na cidade de Eduardo
Magalhães. Com
investimentos iniciais de mais de R$ 1,5 milhão, o centro
abrigará pesquisadores, técnicos e pessoal de
apoio da
Embrapa Algodão, da Empresa Baiana de Desenvolvimento
Agropecuário (EBDA) e da Fundação
Bahia.
A inauguração do CPTO vai ocorrer dentro da
programação da Bahia Farm Show, Feira de
Tecnologia
Agrícola e Negócios, que acontece a partir de
hoje
(02/06) naquela cidade. O evento prevê a
realização
do 11° Dia-de-campo de algodão, onde o pesquisador
Camilo de
Lelis Morello fará palestra abordando o programa de
melhoramento
genético da Embrapa Algodão na região.
Flávio Benites, melhorista da unidade também
compõe a equipe de especialistas que a empresa do
Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento
mantém na região.
“A Embrapa lançou nos últimos anos duas
variedades
de algodão para as condições dos
cerrados baianos.
A primeira foi a BRS Camaçari, em 2004, e mais recentemente
a
BRS-286, também chamada de BRS Pequi, cujas sementes ainda
estão em fase de reprodução para
comercialização”, diz o pesquisador
João
Luís da Silva Filho.
Segundo o pesquisador, as duas variedades lançadas pela
estatal
foram desenvolvidas visando a resistência a
doenças
foliares do algodoeiro, especialmente, a ramulária.
“A
Embrapa vai dispor de uma excelente área experimental dentro
do
CPTO, com quatro pivôs centrais de 10 hectares cada um. Ali
poderemos testar e validar os novos progênies desenvolvidos
pelos
melhoristas”, argumenta João Luís.
“Os produtores da região ainda estão
colhendo a
safra que não registrou redução da
área
plantada, apesar da queda nos preços
internacionais”, diz
o pesquisador. A estimativa da safra do algodão para
2008/2009
é de uma área plantada de 277.849 hectares e uma
produção de 1.093.284 toneladas em pluma. A
produtividade
foi de 235 arrobas de algodão em caroço
por hectare, segundo dados da
Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia.