A Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em
parceria com a Fundação Bahia e Fundação
Goiás, lançará quatro cultivares de algodão
com tolerância ao herbicida glifosato (Roundup Ready Flex
- RRFlex) durante o 9º Congresso Brasileiro do Algodão, que
acontece de 3 a 6 de setembro, em Brasília. As cultivares BRS
368RF, BRS 369RF, BRS 370RF e BRS 371RF estarão
disponíveis para os produtores na safra 2013/2014. A
comercialização será feita por licenciados, sob a
coordenação da Embrapa Produtos e Mercado
(Brasília, DF).
As novas cultivares
permitirão o uso do herbicida glifosato em qualquer fase do
desenvolvimento do algodoeiro sem gerar danos às plantas.
Segundo o pesquisador da Embrapa Algodão (Campina Grande, PB) e
especialista em melhoramento genético do algodoeiro, Camilo
Morello, a expectativa é reduzir o número de
aplicações de herbicidas para manejo de ervas invasoras
e, consequentemente, reduzir os custos de controle.
“O manejo de
plantas daninhas em lavouras de algodoeiro é bastante complexo e
oneroso. Com o uso dessas cultivares, tem-se a possibilidade de
controle mais eficiente, de forma mais simples e
econômica”, afirma. “Com o uso do glifosato em duas
ou três aplicações em pós-emergência
do algodoeiro e mais algum outro princípio ativo, deve haver uma
redução de duas a três aplicações de
herbicidas”, acrescenta.
Morello orienta que o
produtor não deve utilizar exclusivamente o princípio
ativo glifosato no controle de plantas daninhas, a fim de evitar o
aparecimento de plantas daninhas resistentes.
Para os cultivos em
primeira safra, as produtividades médias esperadas são
acima de 4.500 kg/ha de algodão com caroço, com
percentual de pluma em torno de 40 %. Para o cultivo em segunda safra,
as produtividades médias esperadas são acima de 3.300
kg/ha de algodão com caroço, com percentual de pluma em
torno de 38 %.
As cultivares produzem
fibras de padrão de comprimento médio, entre 29 a 31 mm;
com resistência em torno de 30 gf/tex e micronaire entre 3,8 a
4,3. “Esses valores, bem como os valores para outras
características como uniformidade de comprimento,
elongação, reflectância, grau de amarelo,
índice de fiabilidade, avaliadas em HVI (High Volume Instrument), são indicativos de fibras nos padrões de exigência das indústrias”, afirma o pesquisador.
Além de reduzir
o número de aplicações de herbicidas, outra
indicação para as novas cultivares são as
áreas de refúgio. “Em função da
necessidade por parte do produtor no cultivo de algodoeiro
geneticamente modificado com resistência a insetos,
principalmente após os danos causados pela Helicoverpa
na última safra, as cultivares geneticamente modificadas
tolerantes a herbicidas são opções interessantes
para as áreas de refúgio, que devem ser em torno de 20%
da área total”, pontua.
Em lavouras com
cultivares transgênicas resistentes a insetos (cultivares Bt),
são necessárias as áreas de refúgio, que
consistem num percentual da lavoura com cultivares convencionais
(não Bt), com o objetivo de possibilitar o acasalamento entre
eventuais indivíduos (mariposas) resistentes ao evento com
indivíduos (mariposas) susceptíveis ao evento (cultivar
geneticamente modificada), permitindo uma maior longevidade da
tecnologia de resistência a insetos. As quatro novas cultivares
geneticamente modificadas são tolerantes ao herbicida glifosato,
porém convencionais quanto a resistência a insetos. E a
cultivar BRS 371RF tem, ainda, a vantagem de ser resistente à
principal doença da cultura, a mancha de ramulária.
Biotecnologia adaptada ao ambiente tropical
As novas cultivares da
Embrapa, juntamente com lançamentos de outras empresas,
são as primeiras com a tecnologia RRFlex (segunda
geração de eventos com tolerância ao herbicida
glifosato). A Monsanto já havia lançado cultivares
portadoras da tecnologia RR (Roundup Ready),
que pertence a primeira geração de eventos de
tolerância a esse herbicida, porém só permitia
aplicações em fases iniciais do desenvolvimento do
algodoeiro.
O desenvolvimento das
cultivares BRS 368RF, BRS 369RF, BRS 370RF e BRS 371RF teve
início com o licenciamento da tecnologia Roundup Ready Flex,
pertencente a Monsanto. A partir desse licenciamento, a Embrapa
incorporou o gene que confere a tolerância ao herbicida glifosato
no seu germoplasma de algodoeiro, culminando no desenvolvimento das
quatro cultivares.
“Com essas
cultivares, a Embrapa está dando uma importante
contribuição para a cotonicultura, pois está
unindo a genética que confere adaptação ao
ambiente tropical, em termos de produtividade, resistência a
doenças e qualidade de fibra com a biotecnologia que confere a
tolerância a um herbicida de amplo espectro, resultando em maior
praticidade e economia no controle de plantas daninhas. O resultado
final é a disponibilização de uma tecnologia que
contribui para melhorar a competitividade na produção de
algodão no Brasil”, avalia o pesquisador da Embrapa
Algodão.
Para saber onde encontrar sementes das novas cultivares, acesse a página www.embrapa.br/cultivares.
Serviço:
9º Congresso Brasileiro do Algodão
Data: 3 a 6 de setembro
Local: Hotel Royal Tulip Brasília Alvorada – Brasília/DF
http://www.congressodoalgodao.com.br
Edna Santos - MTB-CE 01700 JP
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