As perdas por pragas e o impacto sobre o custo de
produção do algodão brasileiro nas safras 2012 e
2013 será um dos principais assuntos na pauta de
discussões no Congresso Brasileiro do Algodão, que
acontecerá no período de 3 a 6 de setembro, em
Brasília/DF. A nona edição do evento terá
como tema “Algodão: Gestão e
Otimização de Resultados”. A expectativa dos
organizadores é receber cerca de três mil participantes
entre profissionais do segmento, produtores, empresas e pesquisadores
da cadeia produtiva do algodão.
Com grande poder de atrair pragas, a cultura do algodão exige
uma série de medidas de controle desde o início do ciclo
produtivo. Entre as medidas mais utilizadas pelos cotonicultores para
conter os surtos populacionais de pragas está o controle
químico, que representa em torno de 25% dos custos de
produção da cultura. Se esses custos já eram
considerados altos antes do aparecimento da lagarta
Helicoverpa armigera, agora passam a por em risco a sustentabilidade da atividade.
A alta competitividade do mercado do algodão exige a
prática de uma cotonicultura com custos cada vez mais
controlados. Segundo o entomologista e pesquisador da Embrapa
Algodão, José Ednilson Miranda, o sucesso da atividade
cotonícula vai depender de dois fatores – a
redução do custo de controle de pragas e o aumento da
eficiência deste controle.
“Se por um lado, os custos de produção vêm
aumentando a cada safra, a eficiência no controle
fitossanitário passa a ser comprometida pela presença de
pragas de difícil controle, como o bicudo e a
Helicoverpa”, afirmou.
Em estudo preliminar realizado nas regiões produtoras de
algodão do Brasil, abrangendo nove estados, o pesquisador
apontou uma perda média de 11% da produção,
ocasionada pelo ataque de pragas na cultura. “O custo de controle
destas pragas se situou em cerca de R$ 1.570,00 por hectare na safra
2012/2013, contra R$ 1.260,00 na safra 2011/2012, significando aumento
de 25%. Deste custo, 46% se deve às ações de
controle contra
Helicoverpa armigera”, destacou.
A
Helicoverpa armigera e o
bicudo ocupam as primeiras posições no ranking de pragas
de maior relevância econômica, seguidas por outras pragas
polífagas do sistema como a falsa-medideira, pulgão,
ácaros, percevejo marrom e mosca-branca. “De modo geral, a
predominância de culturas Bt reduziu a importância das
demais lagartas e, em regiões onde cultivares resistentes
à doença azul são predominantes também o
pulgão deixa de ser problema principal”, observou Miranda.
Nas duas últimas safras, o número de
pulverizações na cultura do algodoeiro apresentou um
aumento significativo de 10 a 15%. “Isto está diretamente
ligado aos ataques da lagarta
Helicoverpa e à dificuldade de seu controle”, explicou.
Miranda alertou que os danos causados pela nova praga não foram
contidos na mesma proporção das ações de
controle químico. “Estes dados devem ser considerados na
reflexão sobre a necessidade de se repensar o controle
químico como estratégia de manejo integrado de pragas e
nas alternativas de MIP que possam contribuir para maior
eficiência, menor impacto ambiental e menores custos de
produção do algodão.”
Serviço:
9º Congresso Brasileiro do Algodão
Data: 3 a 6 de setembro
Local: Hotel Royal Tulip Brasília Alvorada – Brasília/DF
Edna Santos - MTB-CE 01700 JP
Embrapa Algodão
Contato: (83)3182-4361
edna.santos@embrapa.br
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