A
pesquisa brasileira perde um de seus grandes e obstinados
colaboradores. Faleceu, hoje (14), o chefe-geral da Embrapa
Algodão Napoleão Esberad de Macêdo Beltrão,
aos 63 anos, no Hospital da Unimed, em João Pessoa vítima
de falência múltipla dos órgãos.
Convalescente de um infarto do miocárdio, vinha enfrentando
complicações em vários órgãos. Nas
últimas semanas seu estado se agravou. O corpo será
velado a partir das 13h no Cemitério Parque das Acácias,
Rua Luiz de Lima Freire, 200, Jardim Américo, em João
Pessoa, e será sepultado no mesmo local, às 16h.
Napoleão Beltrão deixa pelo Brasil afora uma grande
legião de amigos, empregados, bolsistas e alunos que com ele
conviveram e o admiravam. Deixa também, uma enorme
contribuição à pesquisa agropecuária
Brasileira, em especial para a cadeia produtiva dos produtos
trabalhados pela Unidade: amendoim, gergelim, mamona, sisal e
algodão. Abre-se uma grande lacuna na pesquisa brasileira, e na
área acadêmica.
Trajetória
profissional
Napoleão Beltrão dedicou 39 anos de sua vida à
área de pesquisa e desenvolvimento dos quais 37 à Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Um dos fundadores
da Embrapa Algodão, em Campina Grande, Paraíba, foi o
primeiro pesquisador contratado em 1974, à época de sua
criação. Exerceu por diversas vezes,
funções de gerenciamento, dentre elas: chefe de
P&D e chefe-geral da Embrapa Algodão por várias
gestões, a última, iniciada há cinco anos.
Engenheiro agrônomo, formado pela Universidade Federal de
Pernambuco em 1972, possuía Mestrado em Agronomia pela
Universidade Federal do Ceará, em 1976, e doutorado em
fitotecnia, área de concentração fisiologia da
produção pela Universidade Federal de Viçosa, MG,
1982, Pós-Doctor em Engenharia Agrícola na Universidade
Federal de Campina Grande, PB e Bolsista do CNPq, Produtividade em
Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora
além de outros cursos.
Foi professor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no Campus de Areia,
lecionando em cursos de pós-graduação e
orientando dissertações de mestrado e teses de doutorado.
Produziu mais de 200 artigos científicos publicados em
periódicos nacionais e internacionais e participou do
desenvolvimento de tecnologias para as culturas do algodão,
mamona, amendoim, gergelim e sisal.
Publicou vários livros em temas agronômicos, com destaque
para o “Agronegócio do algodão no Brasil e o
Agronegócio do gergelim no Brasil e teve autoria em
capítulos de vários outros.
Recebeu diversos prêmios por trabalhos publicados e desempenho
acadêmico, destacando-se o Prêmio Banorte e o ANDEF do
Manejo Integrado.
Atualmente dedicava-se à cultura da mamona com
vinculação energética para a
produção de biodiesel, sendo membro fundador da Rede
Nordestina de Biodiesel.
O Doutor Napoleão era um exímio professor, palestrante e
conferencista, que nas suas apresentações pelo Brasil,
deixava a sua marca de grande conhecedor e entusiasta das
inovações tecnológicas das pesquisas, como
instrumento de transformação da sociedade.
Jany Cardoso - MTB-DF 8337/DF
Núcleo de Comunicação Organizacional - NCO
Embrapa Algodão
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