A
Embrapa Algodão e a Companhia Sisal do Brasil – Cosibra
firmaram um contrato para a recuperação de um campo de
sisal de dois mil hectares na Fazenda Mandacaru, município de
Santa Luz, na Bahia. O objetivo é implantar um modelo
agroindustrial sustentável para a cultura do sisal, agregando
valor à produção a partir do manejo adequado da
cultura, controle da doença da podridão vermelha do
tronco e reaproveitamento dos resíduos do desfibramento da fibra
do sisal, para fertilização do solo e para
suplementação alimentar dos ruminantes na época de
escassez de forrageiras.
O
contrato terá duração de cinco anos e prevê
atividades de intervenções técnicas como limpeza
da área, por meio da retirada das plantas mortas, em final de
ciclo produtivo e preparação das áreas para
plantio e replantio. Para controlar a podridão vermelha do
tronco as plantas doentes serão arrancadas e queimadas.
Também serão desinfetados os instrumentos de corte das
folhas.
Outra
atividade importante é o desbaste, tendo em vista que a planta
mãe pode emitir até 20 filhotes ou rebentões por
ano. A Embrapa Algodão recomenda deixar um a dois filhotes por
planta mãe. O excedente deve ser eliminado para não
competir com a planta mãe. Além de promover o ordenamento
e a eliminação dos rebentões excedentes, o
desbaste também visa selecionar as mudas sadias.
O
plantio acontecerá antes do início da
estação chuvosa, aproximadamente, de dezembro a
fevereiro. O espaçamento será em fileira dupla de 3,0 x
1,0 x 1,0m, com uma média de 3.000 a 3500 plantas por hectare.
Por
fim, será feita a organização do sistema de
colheita, por meio da seleção de folhas e controle do
número de folhas remanescentes, com vistas à
uniformização da colheita e melhoria da qualidade do
produto.
Para
o responsável pelo projeto, pesquisador Odilon Reny Ribeiro, o
contrato é um modelo a ser seguido por outros campos de sisal.
“Nós esperamos que essas ações possam
contribuir para a recuperação da capacidade produtiva do
sisal na Fazenda Mandacaru e que esse modelo seja replicado em outras
propriedades e assim possamos revitalizar essa cultura no
Nordeste”, afirmou.
A
implantação dos experimentos sobre a doença da
podridão vermelha do tronco do sisal está prevista para o
mês de maio. “Esses experimentos vão determinar as
principais causas da doença e como conviver com ela”,
disse Odilon.
Sisal
O sisal (ou agave) é uma cultura de grande importância
econômica para a região semiárida, por se adaptar
bem às limitações de solo e clima. O Brasil
é o maior produtor mundial, com cerca de 170 mil toneladas,
segundo dados do IBGE. A Bahia é o principal produtor
brasileiro, com 95% da produção nacional, seguida pela
Paraíba, com 4%. A atividade promove a ocupação de
cerca de 700 mil pessoas, direta e indiretamente.
Na
última década, a cultura vem sendo prejudicada por uma
doença conhecida como podridão vermelha do sisal ou
podridão do tronco do sisal, principal problema
fitossanitário da cultura do sisal no Brasil. A doença
afeta as folhas das plantas, tornando-as impróprias para o
desfibramento ou até levando-as à morte. O fungo
Aspergillus niger é o agente causador da podridão
vermelha e pode ser transmitido pelo solo, água, vento,
ferramentas infectadas, entre outros meios. A incidência da
doença em regiões de cultivo varia de 5% a 40% das
plantas.
Cosibra
A
Cosibra é uma indústria de fiação e
tecelagem de sisal 100% natural. Produz um tipo de barbante, o Baler Twine
e desenvolve uma série de produtos resultantes da
industrialização do sisal. Destaca-se pela
exportação de fios agrícolas para todo o mundo,
além da produção de tapetes naturais.
Edna Santos - MTB-CE 01700 JP
Embrapa Algodão
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