A Embrapa Algodão promoveu no dia 16 de outubro um Dia de Campo
com técnicos da Empresa de Assistência Técnica e
Extensão Rural (Ematerce) e agricultores de nove
municípios da região do Cariri cearense para apresentar a
nova cultivar de amendoim precoce voltada para o mercado de óleo
– BRS Pérola Branca. O evento aconteceu no Campo
Experimental de Barbalha (CE).
A pesquisadora responsável pelo desenvolvimento da variedade,
Roseane Cavalcanti, explica que a BRS Pérola Branca foi criada a
partir de uma demanda da Petrobras, visando o mercado de
biocombustível. “Essa é a primeira cultivar de
amendoim brasileiro específica para a produção de
biodiesel, por meio da agricultura familiar”, afirma Roseane.
Desenvolvida a partir do melhoramento genético convencional,
envolvendo o cruzamento de espécies selecionadas. “A
principal novidade dessa cultivar é a cor branca da
película, que a diferencia dos materiais destinados ao mercado
in natura e de confeitaria, que têm a cor creme ou vermelha”, explica a pesquisadora.
O teor de óleo bruto nas sementes da BRS Pérola
Branca varia de 50 a 52%. É também a cultivar mais
precoce do mercado, com um ciclo que varia de 100 a 115 dias, enquanto
as demais variedades possuem ciclo de 130 a 140 dias. A nova cultivar
chega a produzir de três a quatro sementes por vagem, o que
proporciona maior produtividade. “A produtividade média
dessa nova variedade fica entre 2,5 a três toneladas por
hectare”, afirma Roseane.
De porte rasteiro, a BRS Pérola Branca tem haste principal de 15
a 25 centímetros, o que possibilita a colheita manual, abrindo o
leque para agricultores que não possuem maquinários
específicos para colheita. Além disso, é adaptada
ao manejo no ambiente semiárido e tolerante a doenças de
folhagens. “Na agricultura familiar ele pode ser consorciado com
o algodão, mamona, feijão, milho, gergelim ou ainda
culturas fruteiras”, diz.
Segundo a pesquisadora, além do Nordeste, o amendoim
também pode ser plantado em outras regiões do Brasil,
desde que haja planejamento para evitar que a colheita aconteça
no período chuvoso, evitando prejuízos. “Numa
região que tem um largo período chuvoso, o amendoim deve
ser plantado de meados do período chuvoso para a frente, de modo
a evitar que o produto seja colhido nas chuvas. Mas se o agricultor tem
como secar artificialmente, ele pode fazer de dois a três
cultivos ao ano, sem problema de perda de qualidade”, orienta.
Além do mercado combustível, a BRS Pérola Branca
também pode ser destinada ao mercado de óleo
comestível. “Devido as suas propriedades do óleo,
essa nova cultivar se adequa bem tanto ao mercado de óleo
combustível quanto ao comestível, tem boa
relação oxidativa, o que garante maior vida de
prateleira”, afirma Roseane.
Edna Santos - MTB-CE 01700 JP
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