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Estudo propõe mistura de óleo ideal para alimentação

O Brasil produz uma grande variedade de óleos vegetais, no entanto tornou-se o maior importador de azeite de oliva do mundo nos últimos cinco anos. Entre os fatores que contribuíram para esse cenário está a preocupação crescente da população em consumir alimentos cada vez mais saudáveis.

Visando desenvolver um produto com a composição equivalente ao azeite de oliva, utilizando os óleos vegetais produzidos no país, a estudante de pós-graduação em Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, Katcilanya Menezes de Almeida, propôs em sua tese de doutorado a elaboração de misturas com óleos de amendoim, gergelim, maracujá e soja, como estratégia de formulação de um produto de alta qualidade para a indústria alimentícia. Ela foi orientada pelo pesquisador da Embrapa Algodão, Everaldo Medeiros, e pela professora da UFCG, Josivanda Palmeira Gomes.

Os ensaios foram conduzidos nos laboratórios da Embrapa Algodão (Campina Grande) e Embrapa Agroenergia (Brasília), no período de 2010 a 2012. Os óleos de amendoim e gergelim utilizados na pesquisa foram extraídos das sementes das cultivares BRS Havana e BRS Seda, ambas desenvolvidas pela Embrapa Algodão.

 “Os óleos de amendoim e gergelim, como alternativa por serem culturas produzidas no Brasil, constituem uma fonte de ácidos graxos e antioxidantes pouco explorados na alimentação dos brasileiros, tal como o óleo de maracujá, como co-produto descartado pela indústria de suco, e ainda o óleo de soja, cuja matéria-prima abundante torna o produto acessível aos consumidores de todas as classes sociais”, justifica Katcilanya.

O pesquisador Everaldo Medeiros explica que em cada um dos óleos foram buscadas características específicas, como alto teor de ácidos graxos insaturados e antioxidantes, com foco no desenvolvimento de um alimento funcional em sua composição química e físico-química. “Inicialmente, nós pretendíamos estudar apenas o óleo de maracujá para aproveitar o descarte dos resíduos da indústria de produtos de maracujá, mas ao longo da pesquisa, nós agregamos os demais óleos para dar maior estabilidade ao produto”, explica.

Conforme o estudo, o óleo de gergelim tem qualidade semelhante ou superior ao azeite de oliva porque além dos ácidos graxos insaturados ele apresenta componentes como sesamol, sesamina e sesamolina, que dão maior estabilidade a oxidação, aumentando o tempo de prateleira do produto. Já o amendoim agrega, além dos ácidos graxos e do resveratrol (antioxidante natural), características importantes como aparência, sabor e aroma.

Após dois anos de análise da composição de ácidos graxos e ensaios físico-químicos de diversas misturas, o estudo concluiu que a mistura ideal para fins alimentares é composta por 40% de óleo de amendoim, 20% de óleo de gergelim, 20% de óleo de maracujá e 20% de óleo de soja.

Everaldo explica que a combinação de óleos ainda deverá passar por diversos testes até ser autorizada para o consumo humano. “O próximo passo será desenvolver um projeto para a viabilização do produto para o mercado, contribuindo para reduzir os altos índices de importação de azeite de oliva e para incentivar a produção nacional de oleaginosas, além de reduzir os impactos das altas de preços dos óleos na entressafra”, informa.




Edna Santos - MTB-CE 01700 JP
Núcleo de Comunicação Organizacional
Embrapa Algodão
Contato: (83)3182-4361
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