A Cultivar
BRS 336 – algodão herbáceo – desenvolvido
pela Embrapa Algodão em parceria com a Fundação
Bahia e lançada na safra 2010/2011, na Bahia, pela equipe
liderada por Camilo Lelis Morello, pesquisador melhorista, encantou
empresários de Jacarta, Indonésia, que expressaram
interesse em adquirir a produção brasileira, em larga
escala. Pesquisadores da Unidade receberam a visita de representantes
da Guna Group e da Unicott, no escritório local, na
Fundação Bahia, para melhor conhecer as cultivares de
algodão, no dia 21 de junho.
Na ocasião, discutiu-se a produção e a qualidade
do algodão no cerrado do Brasil, com especial enfoque nas
características das áreas de produção na
Bahia e Mato Grosso. Os pesquisadores Gilvan Barbosa Ferreira e Julio
Cesar Bogiani discorreram sobre os solos adequados ao plantio na
região como relevo plano, solos profundos e manejo adequado da
fertilidade, além das características ambientais e de
manejo que influenciam na boa produtividade e qualidade do
algodão, na Bahia. Outro ponto apresentado sobre a cultivar BRS
336, desta vez pelo também pesquisador, Luiz Gonzaga Chitarra,
foi sobre as vantagens na tolerância a bacteriose permitindo a
sua produção no cerrado, onde o volume alto de chuvas
favorece o aparecimento de doenças.
Como a safra 2011/2012 é o primeiro ano de
produção comercial dessa fibra e há boa
receptividade do mercado, considera-se que haverá
expansão no plantio da BRS 336 e na sua produtividade. Segundo o
pesquisador Murilo Barros Pedrosa, da Fundação Bahia, a
variedade alia alta produtividade, qualidade diferencial de fibra que
torna possível vendê-la a um preço 10 a 30% maior
que as demais e tem sistema de produção semelhante ao
já praticado na região para as outras variedades. Sua
produtividade (3.851 kg/ha, com 38,5% de fibra), em
condição experimental, é um pouco menor que as
demais variedades de fibra curta cultivadas na região (4.479
kg/ha, na BRS 335, com 41% de fibra).
O Empresário P.F. Mulyadi Gunawan, representante da Guna Group e
dois assessores, todos da Indonésia, ficaram encantados com o
algodão da Bahia, especialmente o BRS 336. Chamou a
atenção a sua alta resistência (31-34,2 gt/flex) e
seu comprimento (32 a 34 mm) de fibra, considerado médio a
longo. Trata-se de uma fibra que pode ser misturadas na
indústria com fibras longas e extras-longas para
produção de tecidos finos, de alto valor de mercado.
Após a reunião técnica, a comitiva fez uma visita
técnica ao campo de algodão do Centro de Pesquisa e
Tecnologia do Oeste da Bahia – CTPO/Fundação Bahia
e se impressionaram com a beleza dos campos de algodão. A Guna
Group importa da Bahia 40.000 t de fibra, anualmente, e produz tecidos
finos para várias marcas famosas, como Hugo Boss e Polo.
Jornalista: Jany Cardoso - (MTB-DF 08337)
Colaboração: Gilvan Barbosa Ferreira
Contato: (83) 3182.4312
sac@cnpa.embrapa.br
www.cnpa.embrapa.br
http://twitter.com/embrapa_algodao