Uma
missão composta por pesquisadores da Embrapa
Algodão,
Secretaria de Relações Internacionais –
SRI da
Embrapa e representantes da Agência Brasileira de
Cooperação – ABC está
realizando uma visita
de prospecção de demandas relacionadas
à cultura
do algodão na Tanzânia, com o objetivo de elaborar
um
projeto de cooperação com aquele país.
A
missão foi elaborada após uma visita do
primeiro-ministro
da Tanzânia, Mizengo Pinda, à presidente Dilma
Roussef, em
setembro, quando os dois chefes de Estado acordaram um
auxílio
do Brasil ao setor cotonícola da Tanzânia. A
visita teve
início no último dia 28 de novembro e se estende
até 7 de dezembro.
Durante a viagem, a equipe formada pelos pesquisadores Lúcia
Vieira Hoffmann, José Ednilson Miranda (Embrapa
Algodão),
Alfredo Eric Romminger e Michelline Lins (Embrapa SRI), além
de
representantes da ABC estão visitando diversos segmentos
ligados
ao setor da cotonicultura tanzaniana. Entre as
instituições já visitadas pelo grupo
estão
o Lake Zone Agricultural Research and Development Institute (LZARDI), o
Tanzania Cotton Board (instituição que regula a
produção de algodão no
país), o
Ministério da Agricultura, Segurança Alimentar e
Cooperativas (MASFC), a algodoeira Bulamba,
órgãos
regionais de coordenação (conselhos distritais),
além de áreas de produtores de
algodão, todas na
região de Mwamza, Noroeste da Tanzânia e principal
região produtora de algodão do país.
Em Dar es
Salaam, maior cidade do país e sede do poder executivo,
além do MASFC foram visitadas a Embaixada do Brasil e a
Universidade de Dar es Salaam.
Com cerca de 32 milhões de habitantes, a Tanzânia
localiza-se no Leste da África e sua economia é
voltada
essencialmente para a agricultura e o turismo, tendo como principais
culturas agrícolas o café, caju,
algodão, fumo,
chá e sisal. Como atrações
turísticas,
destacam-se os parques nacionais, o Monte Kilimanjaro e a cidade
histórica de Zanzibar.
Segundo o pesquisador José Ednilson Miranda, o
algodão
emprega direta e indiretamente 14 milhões de pessoas,
entretanto, a produtividade da cultura é baixa, variando
entre
300 e 700 kg de algodão em caroço por
hectare.
“Entre os fatores limitantes para a produtividade de
algodão na Tanzânia estão problemas
relacionados ao
baixo uso de fertilizantes para a nutrição
vegetal,
incidência de pragas e doenças e outros
relacionados ao
melhoramento genético das variedades utilizadas no
país.
Questões climáticas relacionadas à
má
distribuição de chuvas também
comprometem o
desenvolvimento da cultura”, avalia.
De acordo com Miranda, outra questão importante é
a
necessidade de desenvolvimento e disponibilização
de
maquinário que auxilie os produtores no manejo da cultura,
principalmente máquinas de pequeno porte para uso com
tração animal, como plantadeiras, adubadeiras e
pulverizadores.
A partir dos resultados da missão, será elaborada
uma
proposta visando à participação da
Embrapa em
programa de cooperação nos moldes do projeto
Cotton 4,
que vem sendo desenvolvido nos países africanos Mali, Benin,
Burkina Faso e Chade. “Essa proposta
será discutida
à exaustão entre a Embrapa Algodão,
Embrapa SRI e
Agência Brasileira de Cooperação,
incluindo-se
novas visitas técnicas à Tanzânia para
definição das ações,
parceiros e atores do
processo que participarão do futuro projeto”,
relata.
Conforme o pesquisador, o Instituto Brasileiro do Algodão
(IBA)
pretende financiar ações voltadas para o
desenvolvimento
do setor algodoeiro na África e na América
Latina.
“Com o apoio financeiro do IBA, nós queremos
desenvolver
este trabalho na Tanzânia, em adição ao
trabalho
já em andamento no Cotton 4, além de serem
aventadas
possibilidades de trabalhos como estes em outros países
africanos”, afirma.
“Para a Tanzânia, tal possibilidade de
desenvolvimento de
projeto de cooperação técnica
está sendo
vista com muito apreço. Na viagem percebemos quão
acolhedores são os tanzanianos e o quanto eles estimam o
Brasil.
A palavra mais ouvida pelos brasileiros é Kaburi sana, que
significa sejam muito bem-vindos”, completa.
Edna Santos (MTB-CE 01700 JP)
Colaboração - José Ednilson Miranda
Embrapa Algodão
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