O Chefe Geral da Embrapa Algodão, Napoleão Beltrão participou no ultimo dia 22 de  fevereiro de 2010 de uma reunião na sede do CETENE (Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste), cujo assunto foi a implantação de uma Usina de Biodiesel em Serra Talhada-PE. Estavam presentes na reunião, representantes de várias instituições, tais como: o Professor José Geraldo da UFPE, Ivan Oliveira (IPA, Serra Talhada), o Professor José Carlos (UFRPE), Luciano Duque, Vice – Prefeito de Serra Talhada, o Professor Fernando Freire (UFRPE)  e os Srs. Almir Monte e James Correia (CETENE), além do Deputado Inocêncio Oliveira e do Dr. Fernando Jucá - Diretor do CETENE,  que provavelmente irão compor o Conselho de Administração ou Conselho Gestor  da usina de produção de biodiesel do município, ora em construção. O Dr. Fernando Jucá  fez uma ampla apresentação sobre as as matérias-primas que deveriam ou poderiam servir para a manutenção da usina em plena carga e os demais presentes fizeram uma ampla discussão sobre o assunto. A capacidade da Usina em plena produção será de 10.000 litros de biodiesel por dia e fazendo referência as matérias-primas, o Dr. Napoleão Beltrão destacou o algodão herbáceo, em especial a cultivar BRS Aroeira, que possui de  25 a 27 % de óleo em suas sementes,  contra 14 % nas demais cultivares em uso no Brasil e a mamona, em especial a BRS Energia, que tem ciclo de 100 a 120 dias, 48 % de óleo em suas sementes e elevada capacidade produtiva, podendo chegar a até 1800 Kg de bagas por hectare em regime de sequeiro no semi-árido brasileiro para os municípios zoneados  (Risco Climático) do MAPA  para os estados da referida região.

Na mesma reunião, que teve a presença do Deputado Federal Inocêncio de Oliveira, que é um dos defensores das instalação da usina no município, doador do terreno de 3,2 hectares nas margens da BR 232, Distrito Industrial de Serra Talhada, para sua instalação. Foram feitas várias colocações de como deveria ser o modelo e a razão social, que deverá ser possivelmente uma OS (Organização Social) ligada ao Estado de Pernambuco.

O Estado de Pernambuco terá até o final de 2010, três usinas de biodiesel  e o CETENE está organizando uma Rede de Competências sobre Oleaginosas e desenvolvendo diversos equipamentos, como um sensor de avaliação da qualidade do biodiesel  dentro dos tanques de armazenamento, com medições de pH, estabilidade química (oxidativa) e acidez. Foi dito que no Nordeste já temos 30 usinas, sendo seis delas autorizadas  para funcionamento. O Estado de Pernambuco consome atualmente cerca de um bilhão de litros de biodiesel por ano  e se pensarmos  no atual B5, de uso já obrigatório, seria necessários 50 milhões de litros de biodiesel para suprir a demanda  anual somente deste estado. De acordo com o Dr. Jucá a usina deverá estar pronta até o final de julho de 2010. Depois das apresentações e da discussão dos temas colocados em pauta, em especial  o papel do Conselho Gestor e do modelo de gestão, ficou estabelecido que deverá ser feito um evento na UFRPE, campus de Serra Talhada. A Embrapa  colocou que há necessidade de se ter os produtores treinados, sementes de boa qualidade, certificadas, credito e principalmente a garantia da aquisição da produção  e que devemos pensar no capital de giro da usina. Segundo Dr. Napoleão Beltrão, representante da Embrapa salientou que se for a mamona, a matéria prima, com seu óleo, e nos níveis de produtividades atuais, obtidos pelos pequenos produtores da agricultura familiar, de 600 a 700 de bagas de mamona por hectare ou o algodão herbáceo que produz até 1200 Kg de algodão em caroço por hectare, na nossa ótica as duas principais opções para a produção de óleo no semi-árido brasileiro. Haveria  a necessidade de se plantar 16. 000 hectares de mamona ou 40. 000 hectares de algodão para alimentar a usina de Serra Talhada. Finalizando a reunião, ficou estabelecido o que cada uma das instituições irá fazer até a próxima reunião e cada uma delas indicou o representante para o Conselho Gestor e seu suplente. No caso da EMBRAPA, serão um Administrador, Técnico Agrícola, com larga experiência em oleaginosas, em especial mamona e algodão como titular e o Dr. Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão  como membro suplente.

Para a EMBRAPA  caberá neste início ver a produção de sementes, na quantidade a ser definida pelo Conselho Gestor e pela Prefeitura de Serra Talhada, possivelmente da BRS Aroeira de algodão herbáceo e BRS Nordestina ou BRS Energia de mamona, calendário de treinamentos e de unidades de testes e demonstração (UTDs) para ensinar fazendo (escola no campo) aos produtores, além de material de divulgação sobre os sistemas de produção de oleaginosas no semi-árido  brasileiro – Diz Napoleão Beltrão, Chefe Geral da Embrapa Algodão.