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Embrapa Algodão realiza audiência pública em CG

A Embrapa Algodão realizou nesta terça-feira, 16, mais uma audiência pública para avaliação externa e apresentação de sua programação estratégica para os próximos anos. O evento ocorreu no auditório do Sebrae, em Campina Grande (PB) e foi aberto ao público e aos principais parceiros da estatal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Na abertura do evento, o chefe geral da unidade, Napoleão Beltrão, considerou que a empresa é hoje “uma usina de tecnologias”. Para Beltrão, o processo de internacionalização da Embrapa forçará a empresa a ampliar suas competências. Em Campina Grande, os pesquisadores estão sendo incentivados a aprimorar o domínio de línguas estrangeiras, principalmente o inglês. Tem crescido a cada ano a procura de pesquisadores africanos, chineses e latino-americanos por tecnologias desenvolvidas no centro de pesquisa paraibano.

O assessor técnico da diretoria executiva da Embrapa, Ruy Rezende Fontes, veio de Brasília acompanhar a audiência. Ele disse que os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), previstos para a estatal estão assegurados. “Haverá investimento na revitalização das estruturas físicas e operacionais e na contratação de RHs. para contratação de recursos humanos, sendo que está prevista a contratação de mais de 600 doutores nos próximos meses”, revelou.

Fontes fez uma rápida explanação sobre os desafios e perspectivas da empresa para os anos seguintes. Ele considera ousada, mas indispensável, a idéia de a empresa desenhar um planejamento estratégico de médio prazo, prevendo linhas de investimento para até o ano de 2023, quando a Embrapa completará 50 anos.

“Precisaremos apenas ficar atentos para saber mudar algumas diretrizes quando precisarem ser mudadas, quando os cenários cambiarem”, observa Rui. O assessor diz que a equipe de pesquisadores precisa, cada vez menos, trabalhar com a lógica de produto ofertado, para pautar suas pesquisas a partir de produtos demandados. “Nosso primeiro compromisso é com a sociedade, que num evento como este, oferece um aconselhamento à chefia da unidade”, diz.

Rui Fontes falou ainda do quesito “inovação”. Para ele, as grandes soluções estão nas interfaces das áreas de conhecimento e que a Embrapa precisa apenas aprender a facilitar a interação entre as áreas, investindo na construção de redes multidisciplinares de pesquisa.

O chefe adjunto de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Algodão, Carlos Alberto Domingues, também fez uma explanação dos cenários em que a unidade deverá continuar atuando mais fortemente. O primeiro desses cenários diz respeito à demanda mundial por alimentos e fibras naturais, na linha das tecnologias para um modelo de agricultura sustentável.

Ele também aponta as questões relacionadas às mudanças climáticas, a produção de novos biocombustíveis e à busca por tecnologias que consigam diminuir custos com insumos para agricultura empresarial com a produção de algodão nos cerrados.

“Há um cenário importante de oportunidades na geração de tecnologias de baixo impacto ambiental. Para o ano que vem temos uma pasta com cerca de 100 projetos em andamento. Aqui na nossa unidade faremos a reposição de 20 servidores em 2009 por conta da aposentadoria de vários colegas, programadas para os meses vindouros”, acrescenta Domingues.

A audiência pública abriu espaço ainda para diversos parceiros da empresa, que apresentaram propostas para a melhoria dos trabalhos desenvolvidos pela Embrapa na Paraíba. Sandoval da Mata, diretor executivo da Cooperativa Agrícola de Patos (Campal) foi um dos que apresentou alguns resultados e demandas específicas sobre pesquisa e desenvolvimento para o cultivo do algodão colorido e orgânico.

A Campal compõe a Rede Paraibana de Produtores de Algodão Colorido, que surgiu concomitantemente com as primeiras variedades de algodões coloridos desenvolvidas pela Embrapa. “É preciso agora investir na assistência continuada dos produtores de algodão colorido, para consolidar a cadeia produtiva no estado”, comentou da Mata.

Outra grande parceira da Embrapa presente à audiência foi a CoopNatural, uma cooperativa que aglutina microempresários, artesãos e outros empreendedores do setor têxtil de Campina Grande, que vem obtendo sucesso contínuo na produção de vestuário e artesanato a partir dos tecidos de algodão naturalmente colorido. “Numa feira na Alemanha um investidor da Turquia me disse que nós temos um diamante bruto e raro nas mãos, só falta transformá-lo numa pedra de brilhante”, comparou Maysa Gadelha, empresária idealizadora da cooperativa.

Num outro momento do evento, o pesquisador Paulo Barroso fez uma rápida explanação sobre o avanço da pesquisa agropecuária na área de transgênicos para a cotonicultura. Ele disse que a próxima safra brasileira já deve ultrapassar os 50% o plantio de variedades de algodão transgênicos. “Estamos interessados em desenvolver para o semi-árido uma variedade de algodão que combine resistência ao bicudo e ao estresse hídrico”, disse o especialista.

A Embrapa Algodão deverá investir também na definição de manejos específicos para o cultivo de variedades geneticamente modificadas, principalmente em condições irrigadas no Cerrado brasileiro. “Nos próximos anos as patentes das primeiras variedades transgênicas se tornarão de domínio público, o que provocará uma maior demanda desse tipo de tecnologia para uma gama maior de produtores”, comenta Barroso. Recentemente, pesquisadoras da empresa receberam financiamento da multinacional Monsanto na ordem de R$ 800 mil para o desenvolvimento de pesquisas nessa área para os próximos anos.

Por outro lado, setores ligados ao movimento agroecológico, se posicionaram contrários ao investimento em pesquisas públicas em transgênicos para a região. “Defendemos um semi-árido livre dos transgênicos”, assinalaram Emanuel Dias, da  organização não-governamental PATAC e Maysa Gadelha.

No período da tarde, dirigentes da unidade e membros do Comitê Assessor Externo (CAE) da Embrapa Algodão realizaram reunião, na sede da empresa, no bairro do Centenário, continuando o processo de avaliação, prospecção e planejamento. O CAE é formado por representantes de entidades da sociedade civil organizada e de empresas que possuem uma forte interação com a missão organizacional da Embrapa. Os membros presentes à reunião foram o professor Paulo Geraldo Berger (UFV), Camilo Flamarion de Oliveira Franco (EMEPA), Emanoel Dias da Silva (PATAC), Roberto Germano Costa (INSA), Ederaldo José Chiavegato (ESALQ/USP), além do próprio Ruy Fontes, assessor da Diretoria Executiva da Embrapa Sede.

Redação: Dalmo Oliveira - Jornalista (MTb/PB N.º 0598)
Contatos: (83) 3182.4361 – E-mail: imprensa@cnpa.embrapa.br