A Embrapa Algodão e demais parceiros promovem nesta
sexta-feira,
28, um dia-de- campo sobre a cultura do sisal. O evento, que deve
reunir cerca de 80 produtores da região, ocorre na Unidade
de
Teste e Demonstração da empresa, em Campina
Grande (PB),
das 8h às 12h30.
A partir das 9h, os participantes poderão assistir
à
palestra do pesquisador Odilon Reny, da Embrapa Algodão, que
vai
abordar as perspectivas do sisal no mundo. Em seguida,
Fernando
Valadares, da Secretaria de Agricultura da Paraíba, fala
sobre
“0 Mercado de Sisal na Paraíba”.
O produtor Antônio de Pádua, diretor da CAMPOL, da
cidade
de Pocinhos (PB), também vai expor sua experiência
com a
cultura sisaleira, abordando aspectos da
organização da
produção dessa cultura nas cooperativas.
Representantes
do BNB e do Banco do Brasil também farão parte da
programação, para falar de questões
relacionadas
ao financiamento do plantio do sisal na Paraíba. As
ações do Senar e do Sebrae para a
organização da cadeia produtiva do sisal
também
serão divulgadas por técnicos ligados a estas
instituições.
A partir das 10h, o técnico da Embrapa
Algodão,
Waltemilton Cartaxo, vai explanar sobre a e
experiência da
empresa na criação das Unidades de Teste e
Demonstração, dentro do Projeto “ESCOLA
DE
CAMPO”, para a produção
sustentável do
sisal. Em seguida, o pesquisador Wirton Coutinho fala sobre
“Manejo da Doença Podridão do Tronco do
Sisal”, um problema que tem dado prejuízos aos
agricultores que lidam com a cultura na região.
Os participantes ainda vão receber
informações
sobre o uso da peneira rotativa na
produção da
mucilagem para alimentação de ruminantes, objeto
de um
projeto desenvolvido pelo pesquisador Manoel Francisco de Sousa. O
evento vai tratar ainda do artesanato a partir do sisal, com a
experiência dos artesãos de Massabielly.
E, por fim,
haverá uma demonstração operacional da
máquina paraibana no desfibramento do sisal, com dicas do
pesquisador Valdiney Saffioti e do técnico
Luriorlando
Bidô.
Gerando renda
no campo
Na Paraíba (que responde por menos de 5% da
produção nacional de fibras), o cultivo do sisal
se
estende por vários municípios, principalmente em
propriedades de pequeno porte nas quais predominam a
mão-de-obra
familiar. A importância do sisal para a economia do setor
agrícola nordestino pode ser analisada sob diversos
aspectos,
merecendo destaque a geração de renda e emprego
para um
contingente de aproximadamente 800 mil pessoas, proporcionando divisas
para os Estados da Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte.
“Apesar de sua importância, o desempenho dessa
cultura no
Estado vem sofrendo, nos últimos anos, declínio
na
área plantada e na produtividade estando os principais
fatores
responsáveis por este declínio ligados
diretamente ao
baixo valor pago pela fibra, à
competição com os
fios sintéticos, ao alto custo de
produção, a
falta de máquinas modernas para a colheita, a longos
períodos de estiagem e sobretudo ao fato de ser aproveitado
apenas 3 a 4% do total da planta, referentes à
porção da fibra”, comenta o pesquisador
Manuel
Francisco. Ele ressalta, porém, que a
utilização
da mucilagem do sisal in natura, na forma de feno e silagem, na
alimentação animal tem surgindo como uma
alternativa para
os períodos de estiagem que castiga os rebanhos de bovinos,
caprinos e ovinos da região.
Redação:
Dalmo Oliveira - Jornalista (MTb/PB N.º 0598)