Aproximadamente 700 participantes travaram discussões em
torno
do Futuro da Cadeia da Mamona no Brasil e na América Latina,
durante o III Congresso Brasileiro de Mamona, que ocorreu dos dias 4 a
7 de agosto na cidade de Salvador. O Congresso este ano, trouxe
destaque para o Estado da Bahia, que durante o evento ganhou
reconhecimento como terceiro maior produtor mundial de mamona, perdendo
apenas para a China e India.
O estado, líder nacional no cultivo da oleaginosa,
já
produziu, neste ano, numa área de 145 mil hectares, 125 mil
toneladas de mamona, tendo por meta chegar à marca de 290
mil
hectares e 350 mil toneladas, respectivamente. Foram
lançadas
ainda, duas novas variedades da espécie, que
deverão
garantir a mecanização da
produção para o
agronegócio e a consorciação, para a
produção familiar. As diferentes cultivares foram
produzidas pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola
(EBDA) para multiplicação e, posterior, venda e
distribuição.
Uma das variedades, intitulada MPB01, tem uma perspectiva de
revolucionar a cultura, a partir da mecanização
da
lavoura (o que não era possível anteriormente),
favorecendo também o agronegócio empresarial.
“Dessa maneira, vai ser possível reduzir o ciclo
para 96
dias e aumentar a produtividade anual para 2,5 mil quilos por
hectare”, avaliou o superintendente de Política do
Agronegócio da Secretaria estadual de Agricultura,
Eujácio Simões. Essa nova mamoneira foi obtida a
partir
do cruzamento da variedade IAC 38, uma planta anã, com a
SIPEAL
4, de porte alto e muito comum no Sudeste brasileiro. A outra variedade
da mamona, denominada como MPA 11, é destinada à
consorciação de feijão e milho e
beneficia
agricultores familiares, através da política
estadual de
distribuição de sementes e a garantia de compra
pelas
empresas produtoras de biodiesel, como a Petrobrás.
A MPA 11, planta de porte alto, é resultado do melhoramento
genético da variedade conhecida como Preta. Com uma
produção precoce, tem sua primeira
floração
após 96 dias de cultivo e é indicada para a
agricultura
familiar, podendo ser utilizada em produção
consorciada
com feijão, milho e girassol, que determinarão
qual o
espaçamento necessário entre cada unidade
plantada.
Já a MPB 01, que atinge no máximo um metro de
altura,
deve ser cultivada com 50 cm de distância entre cada planta e
um
metro entre as linhas de plantação. Devido ao seu
porte e
adensamento, é indicada para o monocultivo, podendo ser
trabalhada com sistemas mecanizados de plantio,
adubação
e fertilização.
Quanto a disseminação da nova espécie,
Edson Alva,
da EBDA, explica que as sementes serão
distribuídas para
agricultores que integram a cooperativa coordenada pela EBDA ou entre
produtores independentes que tenham interesse em
comercializá-las. “Os agricultores
serão orientados
a vender as sementes, que são mais caras que os
grãos, no
mercado agrícola. O ideal é não
produzir
grãos, por agora, pois ainda teremos poucas sementes
disponíveis, o que inviabilizará a produtividade
e ainda
esgotará as plantações
rapidamente”,
salientou Alva, destacando que um acordo com a Petrobrás
já garantiu a comercialização de 30
toneladas para
investimento em campos destinados à
produção de
biodiesel.
Redação:
Dalmo Oliveira - Jornalista (MTb/PB N.º 0598)
Reportagem: Raiza Tavares (Estágio supervisionado)