Cultivares
da Embrapa são recomendadas para NE
O Ministério da Agricultura,
Pecuária
e Abastecimento (MAPA) publicou na semana passada, no Diário
Oficial da União, cinco portarias aprovando o zoneamento de
risco climático para a cultura de mamona (ano safra
2007/08). As
cultivares desenvolvidas pela Embrapa Algodão, BRS
Nordestina e
BRS Paraguaçu continuam sendo recomendadas para o cultivo na
região Nordeste.
Denominado de Zoneamento
Agrícola de Risco
Climático, o estudo oferece aos produtores as
características agronômicas, as regiões
de
adaptação e a disponibilidade de sementes das
cultivares
de mamona. Na Paraíba os municípios com maiores
produtores são Pocinhos e Cuité, que somados
não
chegam a 1.500 hectares.
Para o pesquisador Napoleão
Beltrão,
Campina Grande é um dos cinco melhores municípios
do
país para sediar uma mega-usina processadora de biodiesel a
partir da mamona, haja vista estar rodeada por uma região
agrícola zoneada para a cultura, sua proximidade com o
litoral e
possuir centro de pesquisa especializado no cultivo dessa oleaginosa.
Ele diz que as usinas de grande porte
conseguem
processar até 350 mil toneladas por ano). “Existe
um
projeto de se implantar uma espécie de Usina-Escola em
Pocinhos,
mas ainda não foi viabilizado”, informa o
pesquisador da
Embrapa Algodão. Para 2007, segundo dados do IBGE para a
produção agrícola municipal e
Levantamento
Sistemático da Produção
Agrícola, a
produção agrícola nacional da Mamona,
em
baga será de 169 mil
toneladas.
Além da Paraíba, a
recomendação do Ministério aponta que
o cultivo da
mamona é viável nos estados de Alagoas, Bahia,
Ceará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e
Sergipe.
Destes, o Ceará está na vanguarda, com cinco
usinas
já em funcionamento, principalmente na região
polarizada
por Quixeramobim.
Napoleão diz que a Embrapa
Algodão
é parceira do MAPA no Zoneamento de Risco
Climático, com
80 % de sucesso (probabilidade) para as culturas do algodão
herbáceo e da mamona na região Nordeste do
Brasil.
“O Zoneamento é feito todo ano pois podem surgir
novos
municípios, com desmembramentos, e ocorrer
alterações nas cultivares recomendadas e
registradas no
MAPA , ou seja novas cultivares, caso por exemplo da BRS Energia de
mamona para a próxima safra e que foi recentemente
lançada”, acrescenta o especialista.
Ele diz que o papel da Embrapa na
Paraíba
é fornecer subsídios ao MAPA sobre os sistemas de
produção atuais para cada cultura e as cultivares
oficiais recomendadas para cada região e tipo de sistema de
produção. “A Embrapa Algodão
fornece as
informações sobre a cultura, os limitantes do
clima
(altitude, temperatura, chuvas, etc ) e os solos mais adequados para o
cultivo das cultivares recomendadas”, datalha
Beltrão.
Nos estados da Bahia, Goiás,
Maranhão,
Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio
Grande do Sul e São Paulo, são recomendadas as
cultivares
“Guarani”, “IAC-226” e
“IAC-2028”,
desenvolvidas pelo Instituto Agronômico de Campinas. A
cultivar
“AL Guarany 2002”, desenvolvida pela CATI tem sido
recomendada para o Acre, Amazonas, Amapá, Distrito Federal,
Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima,
Santa
Catarina e Tocantins.
O zoneamento agrícola é um instrumento
de
política agrícola e gestão de riscos
na
agricultura, sob a responsabilidade da
Coordenação-Geral
de Zoneamento Agropecuário, subordinada ao Departamento de
Gestão de Risco Rural, da Secretaria de Política
Agrícola do Ministério da
Agricultura,Pecuária e
Abastecimento (MAPA).
Divulgado pela primeira vez na safra de 1996, o zoneamento vem sendo
gradativamente ampliado e utilizado em larga escala no País,
consolidando-se como ferramenta indispensável de
auxílio
à gestão de riscos climáticos na
agricultura.
Diferentemente de outros zoneamentos
existentes, que
foram elaborados com base nos conceitos de potencialidade e
aptidão, para o zoneamento agrícola de risco
climático, além das variáveis
analisadas (solo,
clima e planta), aplicam-se funções
matemáticas e
estatísticas (freqüencistas e
probabilísticas) com o
objetivo de quantificar o risco de perda das lavouras devido
à
ocorrência de eventos climáticos adversos,
principalmente
a seca.
Com isso, identifica-se para cada município, a melhor
época de plantio das culturas nos diferentes tipos de solo e
ciclos dos cultivares. Além disso, é de
fácil
entendimento e adoção pelos produtores rurais,
extensionistas, agentes financeiros, seguradoras e demais
usuários.
O MAPA diz que essa ferramenta
técnico-científica,
resultante do trabalho de equipe técnica multidisciplinar de
especialistas, utiliza metodologia desenvolvida pelas diversas
instituições federais e estaduais de pesquisa
agrícola, como a Embrapa, o IAPAR, a Epagri, o IAC,
Fundações e Universidades, visando indicar datas
ou
períodos otimizados de plantio por município,
correlacionados ao ciclo da cultura e ao tipo de solo, de modo a
minimizar a chance de que adversidades climáticas coincidam
com
a fase mais sensível das culturas.
Esse trabalho é revisado anualmente e divulgado pelo MAPA em
portarias publicadas no Diário Oficial da União a
cada
ano-safra e por estado da federação, servindo de
orientação para o crédito de custeio
agrícola oficial, bem como o enquadramento no seguro rural
privado e público (PROAGRO).
Por ser um pacote tecnológico de gestão de riscos
climáticos, as portarias que divulgam zoneamento
agrícola
de risco climático também indicam anualmente as
cultivares adaptadas às diversas regiões e que
possuem
disponibilidade de sementes certificadas, de acordo com
informações encaminhadas pelos produtores de
sementes
(obtentores ou mantenedores) à
Coordenação-Geral
de Zoneamento Agropecuário. Para
indicação no
zoneamento, é necessário que as cultivares
estejam
devidamente registradas no Registro Nacional de Cultivares (RNC) do
MAPA.
As informações do zoneamento agrícola
de risco
climático são divulgadas na forma de portarias
publicadas
no Diário Oficial da União e também
por meio
eletrônico, através da rede mundial de
computadores, no
http://www.agricultura.gov.br, na área de
"Serviços", e
podem ser enviadas por e-mail para bancos, seguradoras, cooperativas,
secretarias de agricultura, produtores rurais e demais
usuários