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Dia de campo sobre algodão orgânico atrai produtores

Cerca de 200 pessoas participam de evento promovido pela Embrapa

A Embrapa Algodão e o consórcio de produtores têxteis Natural Fashion promoveram, no último dia 20 um dia de campo especial sobre algodão colorido orgânico, na Fazenda Santo Antônio, situada no município de Bonsucesso (PB). O evento contou com a participação de mais de 200 pessoas, entre técnicos, agricultores, estudantes e empresários do ramo de vestuário, que puderam conhecer as técnicas utilizadas na produção de algodão orgânico e ainda testemunhar o resultado obtido na Fazenda.

A partir das 8h30 os convidados foram recebidos e encaminhados à primeira estação, onde foram realizadas explanações a respeito do trabalho da Embrapa juntamente com a Cooperativa de Produção Têxtil e Afins do Algodão do Estado da Paraíba (CoopNatural). Em seguida todos receberam informações sobre o manejo cultural utilizado na fazenda, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e, finalmente, os convidados foram informados sobre custos de produção na última estação. O evento contou com a presença de Robério Ferreira dos Santos, chefe geral da Embrapa Algodão, e de José Mário Cavalcanti, supervisor da Área de Comunicação e Negócios da empresa. Maysa Gadelha, proprietária da fazenda e presidente da  CoopNatural também participou do evento, expondo peças confeccionadas com tecidos obtidos com as variedades de algodão colorido desenvolvidas pela Embrapa na Paraíba.

O trabalho da Embrapa Algodão com produção de orgânica teve início a partir de um treinamento dado pela pesquisadora e entomologista Cristina Schetino Bastos, aos técnicos daquela fazenda, após a demonstração de interesse pelos proprietários. Técnicos da Embrapa Algodão passaram a acompanhar as etapas da produção na fazenda, que possui uma área plantada de 5,5 hectares com a variedade BRS Rubi e 8 hectares com a BRS Verde, administrada pelo produtor Felipe Motta Benevides Gadelha.

Atualmente, está sendo estudado um convênio entre a Associação de Certificação Instituto Biodinâmico (IBD), a Embrapa Algodão e a Prefeitura da cidade de João Pessoa (PB), que acreditam que a produção de algodão orgânico, especialmente os coloridos, seria uma alternativa para os produtores locais, já que as variedades coloridas desenvolvidas pela Embrapa possuem características de adaptabilidade às condições climáticas e de solo da Região Nordeste.

“Esta transição de sistemas é facilitada já que os produtores locais, por questões culturais e financeiras, não possuem o hábito de utilizar inseticidas, herbicidas e adubos químicos, e também pela resistência das cultivares às principais doenças”, diz Cavalcanti. O Sistema de cultivo orgânico exige ainda manejos especiais, como a catação do botão floral atacado pelo bicudo, que são fáceis de serem atendidos pela Agricultura Familiar, que predomina na Região. Além disso, existe a vantagem da agregação de valor ao produto certificado pelo IBD como orgânico.    

Pela estimativa do produtor e dos técnicos que apóiam a iniciativa, a produtividade média deve alcançar 1.800 quilos/hectare. Sem qualquer uso de defensivos (pesticidas) e adubos químicos, Gadelha  diz que a produtividade esperada é satisfatória.

O pesquisador Luiz Paulo de Carvalho, da Embrapa Algodão, afirma que o mercado pode oferecer entre 30% a 40% a mais pelo algodão colorido, que tem um mercado limitado e poucas indústrias  texteis trabalhando com o produto. Por ser também orgânico. O algodão colorido paraibano pode ampliar a margem de lucro do produtor pioneiro.

Com a cadeia produtiva já previamente articulada, a CoopNatural, da empreendedora paraibana Maysa Gadelha, se compromete a adquirir 100% desta primeira safra. Ela conta que foram plantadas cerca de 100 mil mudas/hectare nessa primeira fase.  Extensão do consórcio Natural Fashion, que há anos explora a confecção de produtos de algodões coloridos em Campina Grande (PB), a CoopNatural, hoje com  35 cooperados, foi criada com o intuito de unir empresas têxteis e de confecções de Campina Grande.

Mario Lemos Medeiros, cotonicultor da região de Patos, também no sertão da Paraíba, diz que a atividade é promissora, pois atende à demanda por se tratar de “produtos limpos”. Produzindo algodão colorido convencional há alguns anos, Medeiros, que é presidente da Cooperativa Agrícola Mista de Patos (Campal), deve ser o próximo produtor de médio porte a aderir ao cultivo orgânico na região. A Campal reúne cerca de 100 produtores de algodão colorido que cultivam de maneira convencional, com uso de defensivos e adubação química. Eles plantam cerca de 400 hectares com as variedades Rubi, Safira e Verde, todas desenvolvidas pela Embrapa Algodão.

Marco Antonio Baldoni, gerente de projetos do IBD,  diz que a certificação do algodão colorido orgânico da Paraíba segue o padrão da International Federation of Organic Agriculture Movements (Ifoam) e atende à legislação de produtos orgânicos da Comunidade Européia e dos Estados Unidos.  Na Paraíba, o IBD acompanha toda a cadeia produtiva. O próximo passo deverá ser a obtenção da certificação Ecosocial IBD, que certifica especificamente a produção ambiental, social e comercial do empreendimento. Isso significa dizer que o algodão orgânico plantado pelos paraibanos não ataca o ambiente e promove eqüidade social e econômica entre os agricultores envolvidos.


Redação: Dalmo Oliveira (MTb/PB N.º 0598)
Consultoria Técnica: Virginia de Souza Columbiano
Telefone: (83) 3315-4361 - E-mail: dalmo@cnpa.embrapa.br


 
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