A equipe da Embrapa Algodão esteve em Petrolina/PE, no
período de 11 a 15 de julho, em um dos maiores eventos do
semi-árido, o Agrishow, que contou com um público
superior a 30 mil participantes, mais do que a estimativa esperada.
Durante o evento foram montados stands de mais de 10 Unidades da
Embrapa, a Embrapa Algodão apresentou, além do
algodão, as culturas do sisal, mamona, amendoim, gergelim.
Na
oportunidade o presidente da Embrapa Silvio Crestana e o chefe geral da
Embrapa Algodão, Robério Ferreira dos
Santos,
participaram da abertura do evento e de diversas reuniões de
trabalho no sentido de fortalecer as parcerias das Unidades da Embrapa
na região Nordeste.
O chefe de Pesquisa de Desenvolvimento Napoleão
Beltrão e
o técnico Waltemilton Cartaxo, ministraram uma palestra
sobre:
"O Cultivo da Mamoneira para a Produção de
Biodiesel", a
palestra foi um dos pontos altos do evento e desenrolou-se como um
bate-papo tecnológico, onde os agricultores foram divididos
em
três turmas, nas quais colocou-se a questão da
viabilidade
da produção da mamona dentro do perfil da
agricultura
familiar, dando ênfase ao cultivo da mamona para compor parte
da
renda das famílias, visto que cultivo da cultura ainda
não é tido como a renda principal do agricultor
familiar,
e sim como uma cultura que está sendo incorporada para
somar-se
as demais.
Levando em consideração o perfil, tanto do solo,
como do
clima e do próprio agricultor, tem-se no
semi-árido
brasileiro mais de 5 milhões de hectares
disponíveis para se cultivar mamona. Segundo o
técnico Waltemilton Cartaxo: "Se for desenvolvido um
trabalho
com a cadeia produtiva básica da mamona, de
assistência
técnica básica para agrupar os agricultores,
teremos com
certeza 1 milhão de empregos gerados a baixo custo e o
semi-árido brasileiro assume de vez a sua parte na
produção de biodiesel, que faz parte do programa
nacional, e se a agricultura familiar do nordeste assumir 6%
da
demanda desse biodiesel , vamos ter oportunidade de gerar 250 mil
empregos no campo e mais 750 mil empregos nos outros seguimentos."
O Estado brasileiro com maior tradição de cultivo
da
mamona é a Bahia. A Embrapa Algodão vem
trabalhando junto
aos agricultores dos demais estados que não conhecem o
comportamento da lavoura, para que de maneira cooperativa seja
possível a formação de
núcleos de
produção e através das UDT's
possa ser
implantada uma Unidade Experimental, onde os agricultores
são
acompanhados por um técnico local e ao final dos testes de
adaptação é definido se é
ou
não interresante esse plantio para o grupo. A
Embrapa
Algodão apresentou esse processo como uma alternativa
potencial
e caso haja o interesse dos agricultores agrupados, ela viabiliza as
sementes, ministra palestras, fornece
publicações,
informações e posteriormente, com apoio de outras
instituições realiza dias de campo.
Com relação as cultivares de mamona, a Embrapa
Algodão apresentou duas cultivares que são
recomendadas para a região do
semi-árido: a BRS 188
Paraguaçu e a BRS 149 Nordestina, ambas são pouco
exigentes em defensivos para controle de pragas e doenças e
têm capacidade de produzir 1.500 Kg/hectare de semente ao
ano. O
CNPA apresentou também suas cultivares de algodão
que
possui características únicas, como:
coloração, resitência a
doenças e
adaptação para o plantio naquela
região com a
produção e a produtividade garantidas. A BRS 201
é
uma delas, sua fibra rende de 37 a 38%, e pode ser cultivada
no
sistema irrigado ou sequeiro. Existe também a BRS 200 que
é a de coloração marrom
(algodão
semi-perene), a BRS Verde e a BRS Safira de cor marrom-telha, todas
fizeram grande sucesso entre as tecnologias expostas. Muitos nem sabiam
que exitia esse tipo de algodão colorido naturalmente.
Partindo para os produtos do amendoim e do gergelim que foram expostos
no evento, podemos citar três cultivares de amendoim
propício para ao semi-árido:A BR1(tipo
valência)
que apresenta 45% de teor de óleo e ainda é
resistente
a cercosporioses (doença que ataca o amendoim e
pode
causar a perca de mais de 50% da produção), a BRS
151 L7
e BRS Havana, que também tem tolerância
a seca e
possue 46 e 43% de teor de óleo respectivamente. Quanto ao
gergelim, a CNPA G4 apresenta porte médio, ciclo de 90 dias
e um
crescimento ramificado, além de
floração e
maturação uniformes. O sisal foi um das culturas
que teve
o maior número de procuras, os técnicos indicaram
a
cultivar Agave Sisalana Perrine, com produtividade 1.000 kg de fibra
seca por hectare, essa cultivar é bastante resistente
à
seca e seu ciclo produtivo é de seis cortes.
O evento foi um sucesso em todos os sentidos, trouxe novidades para os
agricutores familiares, como a "vitrine viva", onde podia-se presenciar
as culturas plantadas e demonstrar como lidar com cada uma,
já
que as plantações eram reais .Isso possibilitou
um
contato melhor entre o agricultor e a cultura. "Houve transporte,
café da manhã e almoço
grátis para os
agricultores, o que fazia com que eles ficassem o dia inteiro
aproveitando a feira que foi produzida para eles. A iniciativa da
vitrine viva fez com que os agricultores trocassem um dia de trabalho
por algo que estava de acordo com sua realidade e que poderia ser
utilizado por eles em suas plantações,
diferentemente de
eventos em que são apresentadas máquinas que
muitos
não podem comprar e tem que ficar ali olhando" conclui
Fábio Aquino, pesquisador da Embrapa Algodão.
Redação: Thâmara
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